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tiess&o de 14 de Abril de 1930

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O Sr. Júlio Martins: — É mesmo isso o que nós queremos. Com essa narração, S. • Ex.a só conseguirá patentear ainda mais a incompetência que tem havido.

O Orador: — Façam V. Ex.as as considerações políticas que queiram, pois com isso não conseguirão incomodar-me.

Trocam-se diversos apartes.

O Sr. Presidente (agitando a campainha)'*— Poço a atenção da Câmara.

O Orador: — Já tenho dito, e agora o repito daqui deste lugar de Ministro: a questão das subsistências não se resolve facilmente emquanto nela se envolver a questão política. Fazem com ela política as autoridades administrativas.

Tenho visto também que todas as classes empregam a sua acção no sentido de dificultarem a oxecuçFio dos decretos.

O Sr. Alves dos Santos : — Quem é o responsável? Não será o Governo-?

O Orador : — Os responsáveis são os políticos.

Trocam-se vivos apartes.

Uma voz: — Chamem-se à responsabilidade as entidades que, porventura, não façam-cumprir esses decretos.

O Orador:—Podem V. Ex.as ficar sossegados. Se este Govôrno tiver de enveredar nesse caminho, não hesitará um só momento em trilhá-lo. Se preciso for, este Governo demitirá as autoridades que não cumpram .as suas ordens, quer se trate de governadores civis, quer se trate de administradores de concelho ou do quaisquer outras entidades.

Esperarei depois a acção dos políticos júri to do Governo.

Tenho no -meu gabinete telegramas de várias autoridades que mo revoltam» Choram a sorte dos armazenistas; choram a sorte dos retalhistas» Só não choram a desdita da entidade que ó a única que sofre as consequências; essa entidade é o consumidor {Apoiados}.

Mas, voltando ao começo: verifiquei quo a quantidade de trigo que tinha não jno deixava folgar por íor falindo um bar-"/.í5 OEJUÍ dVvia tth^LTar V.ÍD. JjO -tio ijU.vvo, y

Era necessário que não faltasse um úuico dia o pão, e eu não só tinha que abastecer a cidade, como outros pontos, e, portanto, não podia dar mais um quilograma, mas também não dava menos um quilograma.

Eu não acuso ninguém. Os factos são o que são. Em Maio já se recomeçará a folgar, e bom será isso para os que. vierem depois de mim.

Eu sairei muito feliz deste lugar se deixar uma situação desafogada, e já verifico que tenho um contrato que dará pão inuito mais barato e em abundância. E a proposta mais barata que tem entrado.

O Sr. Júlio Martins: briu um maná!

-j V. Ex.adesco-

O Orador: — j V. Ex.a depois verá se é ou não maná!

O Sr. Aboim Inglês: perancas...

-Estamos de es-

O Orador: — E que as esperanças sejam boas.

'Eu entendi que com o actual regime de pão dava mais garantias ao público . . .

O Sr. Cunha Liai: — O mal donde vinha? ^Do diagrama ou das fraudes do fabrico ?

O Orador : — As principais fraudes eram do fabrico. °

Apareceu também uma reclamação dos manipuladores de pão, pedindo aumento de salário, que acho legítima, pois têm uni salário exíguo.

Esses homens vieram até mim, reclamaram e realmente verifiquei que tinham razão. Uni carroceiro o indivíduos doutras classes ganham 4 e 5 escudos diários, e esses operários recebem, segundo a tabela que me foi apresentada pelos industriais, exíguos salários.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis), (wfp.rrnnipfndq) s — £ F< q ua&to é quo íem de pão?

O Orador: — Um quilograma!

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