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l Se o Estado ainda tiver do comprar - 70.000:000 de quilogramas de trigo, perderá muito dinheiro!

(j Podemos no futuro continuar neste regime ?

£ As finanças portuguesas, a nossa, economia, estão em condições de continuar a perder ^o que temos perdido até aqui? Creio que não.

Se são verdadeiras as dificuldades do . Tesouro, não podemos continuar a pedir milhares de contos todos os anos.

É necessíírio pôr o problema do pão como deve ser;.

Creio que deve haver uma ligação tam íntima, quanto possível, entre a compra do trigo exótico e o trigo nacional.

Há, um facto curioso.

Vendo a curva da variação de preços do trigo exótico, assistimos sempre ao espectáculo deplorável do Governo Por-.tuguôs só comprar trigo no momento da alta. Só excepcionalmente, creio que apenas em dois fornecimentos, comprámos na baixa, e foi devido a um acaso —-a necessidade imperiosa que havia nesse mo: mento de comprar trigo. Se não tivesse havido essa necessidade imperiosa, teríamos esperado p«lã ulúi para fazer as compras. ,

E não admira que assim suceda, visto as manigâncias de que o Estado é vítima cada vez que qnere comprar'trigo. Sei isto porque, tendo' pertencido aamia comissão de abastecimentos, tive ocasião de ver a Arariedade de preços que apareciam quando havia fornecimentos de trigo a fazer.

Percebi que havia criaturas empenhadas em fazerem barafunda em torno da compra dos trigos, para encaminharem a compra no sentido das suas conveniências.

Isto leva-me a pensar que o Estado não pode, nem deve continuar a comprar trigo exótico. Essas compras devem ser feitas por comerciantes, pois que só Os-ses conhecem o momento em que devem comprar trigo, e tendo à sua disposição, no momento oportuno, os créditos necessários, facilmente compram na baixa e não na alta como o Estado.

Escusamos de comprar .trigo a $41, podendo-o comprar a $20.

Se S. Ex.B entregasse aos comerciantes a compra do trigo, com a devida fis-

Diàrio úcFCàmara, dos'Deputados

j calizaçâo do Eutado, prestaria um magnífico serviço à economia nacional.

Não vejo razão para continuarmos a perder quantias enormes, como estamos perdendo, com a venda do pão que se consome.

Não podemos dizer às classes trabalhadoras que comam pão barato. Elas têm de comer o pão pelo seu valor, e su-ba-se-lhes os'salários o que preciso for.

O que ó impossível é o que se está fazendo, é que o Estado esteja dando subsídio a quem dele não precisa. Representa uni subsídio de muitos milhares de contos o que indirectamente se está dando a todas as classes.

Em França viram-se também obrigar dos a subir o preço do pão, e deram aos indigentes umas senhas de consumo que fez reduzir o prejuízo de muitos milhões de francos que a França tinha a alguns milhares de francos. Creio que nós, que tam lestos somos em copiar o que vem lá de fora, se copiássemos essa redução diminuir-se-ia o prejuízo que o Estado tem.

Não sei para que havemos de dar ao Avenida Palace um subsídio por vender ó pão barato. <_ com='com' mesma='mesma' de='de' a='a' necessidade='necessidade' fazemos='fazemos' os='os' géneros='géneros' p='p' cousa='cousa' outros='outros' todos='todos' não='não' porque='porque' primeira='primeira'>

£ Porque não vendemos o azeite barato, os tecidos baratos, e não arranjamos um Estado que nos dó de comer e de vestir sem nos preocuparmos com o dia de -amanhã?

. Sr. Presidente: ouvi aqui fazer uma afirmação ou, pelo menos, unia referôncia ao Sr. Ministro que não posso deixar de levantar.

Falou-se aqui na cultura de trigo nas colónias. Considero isso uma çnorme desgraça para Portugal, porque seria colonizar as colónias quando não temos o continente colonizado.

Nunca ouvi dizer a ninguém, que conheça o assunto, que não sejamos capa-?:es de produzir os cereais necessários para a nossa alimentação, e as pessoas a quem o tenho ouvido dizer só são aquelas que me parece que não conhecem o assunto.