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parecimento possível de qualquer partida de' trigo j antes" ou depois do chegar às fábricas, e quando não pudéssemos apurar, por provas testemunhais, se o farto foi de A ou de B} todavia, sendo o prejuízo do Estado, viríamos dizer à Câmara que o Estado tinha sido roubado em tanto, sem se ppdor, contudo, descobrir o criminoso.

A estes trabalhos tem estado a proceder a comissão de inquérito ; e está quási completo um trabalho sobre o exame da escrita da Companhia Nacional de'Moagem.

Os outros exames estão em via de realização. - .

O Sr. Júlio Martins: — Mas o exame que está quási concluído é também da antiga Companhia da Moagem, porque a actual já nào é a mesma, segundo se afirma?!

O Orador:—Devo dizer a V. Ex.;i que embora em princípio mo quisessem opor essa excepção peremptória, de que j á n3o era a mesma a companhia e que não podia sor responsável por factos anteriores, eu imediatamente derimi a dúvida, dizendo que mandava logo selar a escrita, e assim e por último, com toda a amabilidade, mandou a companhia pôr tudo à minha disposição.

O.Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azemóis):—As informações de V. Ex.a são preciosíssimas. No emtanto julgo que, naturalmente por ter sido confuso na forma de expor, V. Ex.a não compreendeu bem o meu aparte, que era o seguinte:

A comissão de inquérito ao extinto Ministério dos Abastecimentos constatou que havia uma deficiência enorme de documentação relativa às relações entre êsse-Ministério e o Estado.

Ora creio quo no referido Ministério havia uma repartição, a do Comércio Externo, talvez, "que devia ter à sua guarda a escrituração da moagem. Como essa documentação não apareceu, eu.pre-guntava a V. Ex.a se já foram tomadas providências no sentido de chamar a pessoa que estava encarregada de a guardar à responsabilidade.

O Orador:—Eu vou responder a V. Ex.a

Evidentemente havia do existir uma

escrituração como em qualquer estabcle-

Diário da Câmara dos Deputado s

[ cimento" comercial, que devia ser por partidas dobradas. Sei mesmo que se esboçou nesse Ministério uma tentativa de escrituração por esse processo

Aparte do Sr. Manuel José da Silva, que não se ouviu.

Eu contestei ainda que, se não fosse a comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos, a moagem jamais entregaria ao Estado os 7:000 contos que "lhe devia. (Apoiados).

Ainda há pouco, quando se procedia a uma fiscalização, o encarregado de a fazer, quando começou a proceder a esse-trabalho e a apurar o que constava, dos respectivos balanços, notou que onde havia 15, adiante havia 30; onde havia 450, adiante havia 900.

y,Ora este homem, encarregado de proceder a estes trabalhos, ora tani ignorante que não soubesse o que eram partidas dobradas?

Mas há mais.. No Ministério dos Abastecimentos havia uma repartição, de contabilidade privativa. Por deficiências encontradas e por várias irregularidades, mandou-se prender o seu responsável. Até agora, porem, essa prisão não foi efectuada porque só ele podia dar à comissão de inquérito um determinado número de esclarecimentos absolutamente indispensáveis ao completo apuramento da verdade ...

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Não concordo com essa atitude. O facto de V. Ex.as aproveitarem a liberdade desse funcionário, para lhes cassarem uma determinada documentação, implica de certo modo a sua absolvição.

O Orador: — A comissão de inquérito, por conveniência própria, entendeu não-dever dispensar o auxílio desse empregado ...

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — £ Suponha S. Ex.a que êsse-funcionário foge para Espanha e que nenhum esclarecimento presta à comis são ?