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particular; hoje penso o contrário, o Governo tem de intervir.,

Dantes eu queria que se deixasse livre o comércio, a indústria e a agricultura, m'as desde que entrámos por. caminho contrário, não me repugna hoje ver o governo merceeiro, mercador-e na fiscalização de todas as produções deste país.

Depois da guerra criámos uma moral nova, o que dantes era desonesto agora não é.

Fazem-se negócios a que é preciso pôr cobro.

O Sr. Júlio Martins: — Todos querem ganhar mais de 50 por cento. .

O Orador :— O mal é geral e o Governo tem de intervir em actos que a gente dantes nem sonhava.

Eu enten'do que o trigo exótico- deve ser comprado pelo próprio interessado na moagem visto a cotação ser mundial e o Governo o poder fiscalizar, tendo' gente honesta o competente.

O preço do trigo nacional deve ser calculado pela média do trigo exótico. O preço do pão subiria, mas deixaria de haver contrabando para Espanha, acontecendo o contrário que dantes, quando toda a população raiana comia pão espanhol, e o Estado deixará de perder a soma que actualmente, perde.

Ainda que se hão queira, o preço dos salários há-de ter sempre como padrão o preço dos trigos. Se-o trigo sobe, nas povoações que o produzem sobe também o salário; se o trigo desce, o salário desce também, fatalmente.

Nós não podemos, para fixar o preço do pão, deixar de estabelecer uma mé-média, e então eu quereria que o Estado arrecadasse a diferença da receita que lho proviesse do . excesso da nossa produção nas povoações sertanejas.

Há uni decreto que não foi ainda levado a efeito, pela .desgraça e desonestidade da maior parte das comissões que nisso intervieram, ,pois é triste que ainda neste momento haja contas, a prestar nos celeiros municipais, e é vergonhoso que indivíduos que devem ao Estado sejam neste momento autoridades, continuando a fazer requisições, duma forma verdadeiramente vexatória. "

Diário da Qàmara, dos Deputadoi

E preciso que se pense mais a sério nisto que nos desacredita. (Apoiados).

Nós precisávamos, e o Sr. Ministro é muito capaz de o fazer porque tem inteligência e energia para o fazer, que o Governo entregasse a compra dos trigos nacionais a entidades oficiais. O,. Governo deve ser comprador de todo o trigo nacional e só depois fazer a distribuição,- e o excesso, o que não fosse preciso viria para as -grandes povoações de Lisboa e Porto, a fim do Estado compensar a despesa que tem com o trigo exótico.

O Sr. Júlio Martins (interrompendo): — Mas não se repetindo o que se fez em 1913...

O Orador: — Se tal se fizesse, só a Penitenciária seria competente para punir esse crime, e então todos nos envergo-" nharíamos de prestar ^o nosso concurso .para uma comédia tam ignóbil para a Pátria e para a Kepública.

Sempre é tempo de começar e não' havemos toda a vida de ser parvos, perdoe-se-me o termo. Comece V. Ex.a, Sr. Ministro.

Eu creio que não está mal a ninguém reconsiderar. V. Ex.a já deu provas de que não se importa de reconsiderar, pois. tendo sido primeiro apologista do tipo. único de pão, depois consentiu e defendeu o estabelecimento de dois tipos e agora decretou outra vez o tipo único.

V. Ex.a não é daqueles que teimosamente se agarra a uma idea e não a largam, jamais. Felicito-o por isso e espero que V. Ex.a lime a sua lei até a tornar perfeita.

Se V. Ex.a estabelecer desde já .o regime cerealífero; se V. Ex.a ditar as medidas necessárias para melhoria das culturas ; se V. Ex.a estabelecer bónus para a compra dos adubos, se porventura eles forem muito caros; se V. Ex.a rapidamente promover a aquisição de matérias primas para que elas não faltem, V. Ex.a bem terá merecido os nossos agradecimentos e eu, por minha parte, felicitar--ine-hei por ter contribuído para que V. IDx.a siga esse caminho.

Tenho dito.