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Diário da Câmara dos Deputado»

Geral mandou para a comissão os documentos.

O Orador: — Há um livro que virá à Câmara conjugada com o respectivo relatório. É uma peça tam interessante que é preciso facilitar à comissão. Não podo mais deixar-se sair da mão. Tudo isto tem importância para se fazer juízo seguro.

Foi aberto um crédito para fazer um determinado fornecimento de farinha,.informação esta dada pelo chefe da contabilidade que disse que ôsae crédito tinha o despacho do Ministro, que a esse tempo era o ÍSr. João Pinheiro, c que foi publicado no dia seguinte.

Foi aberto o crédito de 580 contos, tendo começado em seguida, ao que parece, o fornecimento, e liquidado, ao que parece, em Junho.

O que parece é que, tendo:se pretendido liquidar nessa altura as contas e não havendo receita, impossível era fazO-lo, porém; esse indivíduo, que era bastante honrado, disse então que isso lhe era indiferente porque já tinha recebido o dinheiro.

Foram recebidas as 3:000 toneladas que foram distribuídas por -diferentes companhias, sendo depois a farinha, que ora de muito boa qualidade, distribuída da seguinte forma: â guarda republicana a $51, a alguns Deputados a $37, à Companhia Nacional de Moagem a $27.

Isto é a pura verdade e se V. Ex.as quiserem constituir a Câmara em tribunal para tratar este assunto, eu declaro, desde já, que estou plenamente de acordo com isso, e digo mais ato que, se quiserem, faço uma proposta nesse sentido e não teria dúvida alguma em ser eu o promotor.

É necessário que as cousas se apurem convenientemente e como tal necessário é que os julgamentos se façam o mais prontamente possível.

Tendo a fiscalização apreendido toda a casta de mistelas, encontrou-se um docu-inento do Sr. Pereira Coelho, declarando que não mandavam os processos, pois que o que se passava fora determinado pelas necessidades públicas.

O Sr. João Pinheiro, tanto pelo que se refere à abertura de créditos, como pelo

que diz respeito ao "decreto, negou absolutamente.

Devo também esclarecer a Câmara que-o preço da farinha para a Manutenção Militar foi. de 43 e para os particulares de 38 Vs.

A comissão entende que agora, no pagamento que a Manutenção tem a fazer, deve ser de 38 l/z. A Câmara fará o que entender.

Na 'fabricação de bolachas, V. Ex.** vêem a desproporção que há. Vendem-se-bolachas a 2$40.

O Sr. Júlio Martins : —; O Estado é que acaba de levar uma bolacha!

O Orador: — Se a Câmara quere ouvir mais algumas explicações, a comissão está pronta a dá-las.

Uma voz:—E o arroz?

O Orador: — O arroz estava ligado com a compra de muares.

oL preceito marcado no Código Penal que, quando há vários crimes da responsabilidade dum criminoso, todos deverão ser j untos no mesmo processo.

Travam-se apartes.

O orador é interrompido por vários Srs. Deputados.

O Orador: — Sobre a compra de muares quem podia informar era o Sr. Afonso Costa.

Uma voz:—Do que mais precisamos saber é do arroz.

O Sr. Júlio Martins r — Provavelmente as muares comeram-no!

O.Orador: — O Sr. Afonso Costa, ao> que lhe foi preguntado, respondeu que nada podia informar, mas que o Sr. Teixeira Gomes poderia dar explicações...

Estabelecem se diálogos entre vários Srs. Deputados e o orador.

O Sr. Júlio Martins:—E necessário-apurar responsabilidades e saber-se,, duma vez para sempre, se o Estado perde o-dinheiro e o arroz.