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Sessão de 26 de Abril de 1920

fugirá. De resto, declarou-se à disposição da comissão porque deseja desempenhai-as suas funções de contabilista.

Preguntando-se o motivo por que a -escrituração do trigo não existia, esse senhor, em ofício que está .em poder da comissão, e que S. Ex.as hão-de julgar quando o relatório for apresentado, respondeu que ela não existia pelo facto da escrituração daquele Ministério, de 8 de Dezembro ao fim de Março, ter sido um caos, não havendo recordação de cousa alguma, e daí por diante principiou a fazer-se uma insuficiente escrituração. -

A forma como o trigo era recebido era esta: o trigo chegava ao Tejo; imediatamente feito o rateio, era comunicado às fabricas e estas não se imp'ortavam absolutamente nada; para evitar o pagamento de estadia, passava-se o trigo para fragatas que, conforme a sua capacidade,

0 seu importe orçava por dia entre 10$ e 30$; comunicava-se mais uma vez que tinham transitado para fragatas, mas não se mexiam; um dia o Ministro, fosso ele qual fosso, recebia aviso pelo telefone de íjuo estava paru ser alterada a ordem pública em Lisboa por falta de farinha;

1 nesta ocasião as fragatas não voavam para as fábricas porque não tinham asas!

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de. Azeméis) (interrompendo}: — Já que aqui estamos para nos esclarecer, permi-la-me S. Ex.a- esta interrupção.

Sabe S. Ex.a, porque tem conhecimento especial do assunto, que não existo no Ministério dos Abastecimentos aquele dossier que era legítimo esperar sobre a aquisição de cereais por parte do Estado.

Há tempos, -nesta Câmara, .pedi, pelo Ministério da Agricultura, que me fosse fornecida pela Direcção do Comércio Agrícola nota de todos^ os contratos fir-imados pelo Estado.

Dessa Direcção Geral foi-me comunicado que só desde Outubro, isto é desde o dia em que esse serviço passou para <êsse p='p' que='que' ministério='ministério' existia='existia' é='é' documentos.='documentos.'>

Foi-me comunicado também, que um corto número de processos estava abusivamente na comissão de inquérito o

Pedi nota, para a comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos, de

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processos que do Ministério da Agricultura lhe haviam sido enviados.

Mandaram-me dizer que nenhum desses documentos lá existia, como V. Ex.as devem lembrar-se. Estava-se em presença dum jogo da Direcção do Comércio Agrícola, e...

O Orador: — Não há jogo nenhum. Imediatamente dei ordem para V. Ex.a ir à comissão...

O Sr. Ministro da Agricultura (João Luís Ricardo): — Os"processos deram entrada na Direcção Geral do Comércio no sábado. Foram enviados todos os contratos.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Tenho um ofício, que me foi fornecido pelo Sr. Vaz Guedes, dizendo que na comissão de inquérito nada constava acerca do assunto, ofício que eu tenho a certeza que lhe havia sido dirigido. Precisava deste documento.

O Sr. Ministro da Agricultura (João Luís Ricardo): — Tinha querido saber, como V. Ex.a, o que existia acerca do Ministério dos Abastecimentos. Depois seria comunicado a V. Ex.a Mas V. lix.a vai ao Ministério, e aí é muito fácil a V. Ex.a

Vai à Direcção Geral da Agricultura e eu darei ordem para serem facilitados todos os documentos a V. Ex.a

O Sr. Manuel "José da Silva (Oliveira de Azeméis): — A Direcção" Geral do Comércio Agrícola .do Ministério da Agricultura, sem se basear em nenhuma norma regulamentar nem legislativa, mandou para a comissão de inquérito do Ministério dos Abastecimentos documentos, do que essa Direcção Geral precisava...

O Sr. Presidente: — Quem está no uso da palavra é o Sr. Vaz Guedes.

O Orador: — Ê com minha autorização que S. Ex.a me está interrompendo. E natural que a Câmara goste de ouvir as interrupções de S. Ex.a

O Sr.

ia

ilva (Oliveira de