O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

54

um incidente que em nada pode prestigiar o bom nome deste Parlamento. Lamento que S. Ex.a assim tivesse procedido, porquanto tendo essa comissão funções de investigação criminal essencialmente secretas, S. Ex.a não tinha o direito de vir a esta Qâmara denunciar o que lá se passara. (Apoiados).' E lamento tanto mais quanto é certo que eu vejo atingidos homens que à República têm dado o melhor do seu esforço e que da Kepública são figuras prestigiantes.

No decorrer das afirmações feitas pelo Sr. Queiroz Vaz Quedes,. falou S. Ex.a no norne do Sr. António Granjo a propósito dum inquérito a que essa comissão estava procedendo relativamente a um negócio 0.9 farinhas entre uma casa de Lisboa e * Câmara Municipal da Figueira.

Disse S. Ex.a que nesse negócio se encontrava envolvido o Deputado Sr. Lino Pinto, que pertence ao Partido Liberal, e que por dever àe lialdade entregou esse processo ao Sr. António Granjo,, pessoa que por sua vez fomulou um parecer no sentido de quo não considerava incriminado esse Sr. Deputado.

Em aparte ao Sr.- Queiroz Vaz Guedes, eu preguntei se a.comissão de inquérito havia concordado com tal parecer.

A discussão, porém, agitcu-se e o assunto não foi esclarecido. 'Peço, pois, ao Sr. Queiroz Vaz Guedes, o obséquio de nos esclarecer sobre essa referencia ao Sr. António Granjo que se me afigura descabida.

O Sr. Queiroz Vaz Guedes: — Eu disse que a comissão tinha perfilhado inteiramente a declaração do Sr. António Granjo. A responsabilidade é tanta de S. Ex.a como de toda a comissão.

O Orador:—Posto isto, Sr. Presidente, vou concluir, declarando que não dou o meu voto ao projecto apresentado pelo Sr. Ferreira da Rocha.

Desejaria que a Câmara aguardasse o relato final da comissão de inquérito para fazer depois a discussão ampla sobre o relatório que essa comissão apresentasse.

Tenho dito.

O discurso será publicado, na integra, quando o orador haja devolvido as notas taguigráficas.

t)iàrio da Câmara dós Deputados

1 O Sr. Júlio Martins:—Assim os Deputados visados não podem aqui ficar, 1 nem nós ficaremos.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Sr.

Presidente: se não fosse o grande amor que tenho à República, aproveitaria a situação criada neste momento a dentro desta casa do Parlamento, 'para formular considerações que me levassem a conclusões políticas proveitosas para o meu partido.

Não faço isso, Sr. Presidente, pela razão que apontei e ainda porque não quoro fazer a vontade à intriga reaccionária que, de certo modo, parece ter invadido a Câmara dos Deputados em que nos encontramos.

Não quero, repito, fazer a vontade a essa intriga reaccionária a mesma que teve a habilidade de unir S. Ex.as a'um Governo tremendamente reaccionário.

Vozes: — Não apoiado.

Orador:—Digam à vontade não apoiado porque isso não influi na minha maneira de ver, nem tampouco diminui a veracidade das asserções que faço.

Os factos são mais eloquentes do que tudo quanto aqui se diga, com apoiados ou sem eles, e os factos mostram, a toda a gente que desapaixonadamente queira ver as cousas políticas do nosso país, que o Governo nega todo um passado republicano.

Vozes:—Não apoiado.

O Orador: — Sim senhor. Não apoiado porque o Governo só pretende esmagar as classes proletárias.

^ Exigiu já o Parlamento, que o Governe algumít cousa fizesse para ser suavi-saàa a situação des?as classes?

trocam-se apartes e estabelecem-se diálogos.

O Sr, Presidente: — Peço a V. Ex.a o obséqvdo de dirigir-se para a presidência.