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soas que aqui foram visadas por acusações.

Todavia, eu não faço questão da substituição dessas palavras por outras, mas não me parece feliz a substituição por quaisquer termos que signifiquem restrição, porque o que a Câmara deseja é que a comissão investigue com toda a latitude. (Apoiados).

O orador não reviu.

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O Sr. Brito Camacho: — Sr. Presidente: pedi a palavra pára ^declarar que dou o meu voto, e suponho que posso falar em nome dos meus amigos políticos (Apoiados), à moção apresentada pé]o Sr. Al-%varo de Castro, concordando com os termos em que ela está redigida.

Não sjí se se lhe poderia dar outra forma com uma técnica jurídica mais perfeita ; sei apenas que as substituições apresentadas são piores. do que ela e nestas condições impõe-se a sua aprovação. /

Todo este conflito, toda esta scena imensamente desagradável para cada um de nós, desagradável para o Parlamento e de certa forma desprestigiante para a Republica, tudo isto resultou apenas, não de escândalos, mas duma falta de coragem da comissão dizer 'que não falaria porque não devia falar.

A comissão não será novamente instada a declarar nomes e, certamente, depois de tudo o que se tem passado, ela, embora instada, saberia resistir.

Sr. Presidente: quere-me parecer que, aprovada a moção do Sr. Álvaro de Castro, a Câmara será informada, nos termos' dessa mesma moção, do que for apurado na comissão, a dentro do segredo que se impõe seja mantido, e, -depois de concluídos esses trabalhos, a Câmara não se dispensará de receber um relatório circunstanciado dessas investigações, pois pode não haver responsabilidades de ordem criminal, mas existirem outras responsabilidades que, escapando à acção dos tribunais, não devem escapar à acção desta Câmara.

Entendo, pois, que o relatório geral da comissão nos deve ser enviado para que ele seja a base duma discussão que deve fazer-se. (Apoiados).

Sr. Presidente: o que j á fica inteiramente apurado _é o inconveniente dos po-

Diàrio da Câmara dos Deputados

líticos se meterem em negócios ou dos negociantes se meterem em política.. '

• Eu entendo quo todo o homem que se mete em negócios, a menos que não seja tolo, e alguns o são, é para ganhar, é a sua razão de ser negociante, mas entendo também que os políticos não têm completa^ liberdade de negociantes, porque uma cousa é a moral profissional do negociante e outra cousa é a moral do político profissional.

E necessário assentar em que há uma esfera de acção dentro da qual se exerce a função política, e essa é tangencial à esfera de acção de negociante, e uma esfera de acção dentro da qual se exerce a função de negociante, que nunca pode interferir na esfera de acção do político.

De modo que eu entendo que a Câmara não pode dispensar a comissão de inquérito de continuar nos seus trabalhos e de trazer à Câmara um relatório circunstanciado, desde que tenha, concluído' os seus trabalhos; e eu tomarei a, iniciativa de pedir uma larga discussão, discussão que não será improfícua sob £ste ponto a fim de se ver até que ponto é lícito ao político fazer negócios e a negociantes fcizereín política.

Por emquanto tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando haja devolvido as notas iaquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente: nãojbi um simples propósito de mandar para a Mesa uma proposta de modificação ao.n.° 3.° da moção do Sr. Álvaro de Castro, nem é meu propósito roubar tempo à Câmara, produzindo palavras que no fundo não tivessem importância alguma ou interessassem à moção de que deriva da apresentação deste documento a esta casa do Congresso, deriva pura e simplesmente dos factos que se produziram nesta Câmara o referentes aos representantes do País a quem se referia um determinado relatório 'e antecedentemente as declarações do presidente da comissão de inquérito.