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Diário da Câmara dos Deputado»

Ó Sr. Velhinho Correia: — Sr. Presidente : eu não estava preparado para discutir este projecto e lamento que isso ti-vosse"acontecido, porquanto, eu, que não •sou ..engenheiro nem o pretendo ser, desejaria emitir a minha opinião, fundamentando-a, porventura, melhor ainda do que o faço, visto que Mo trouxe os documentos precisos xpara isso.

Na França, na Bélgica, na Alemanha, na Suíça e nos Estados Unidos da América do Norte, em toda a parte, cmfim, onde se estuda a engenharia com tanto ou mais desenvolvimento do qne em Portugal, os indivíduos que são diplomados com um curso' que dalgnmá maneira se assemelha ou se compara ao curso do condutores de obras públicas no nosso país, são designados com o nome de engenheiros. .

Eu tive ocasião de -consultar, num período da minha vida em que julguei ficai-la fora, vários programas de institutos industriais da Bélgica, Alemanha e França, e verifiquei que cursos bem mais pequenos e de menor importância do que aquele que- eu conheci, quando frequentei o Instituto Industrial, davam ao indivíduo que es tirava a classificação de engónii eiras.

Dou, portanto, muito conscientemente o meu voto a esto projecto de lei, que dal-guma maneira contribui para se reperar uma injustiça aos técnicos que bastante-mente têm auxiliado o desenvolvimento do fomento do País, quer na metrópole, quer nas colónias.

Termino, pois, estas ligeiras considerações, lamentando não ter trazido aqueles programas a que me referi, que duma maneira insofismável demonstram bem que lá fora indivíduos com muito menos aptidões do que os nossos condutores de obras públicas têm o título e o grau de engenheiros.

O orador não reviu.

O Sr. Mem Verdial: — Sr. Presidente: parece-me que ôste assunto só necessita de ser esclarecido, e certamente ó Sr. Ma-lheiro Reimão, se tivesse colhido os esclarecimentos devidos sobre esta questão, havia de reconhecer inteira justiça ao projecto.

- Houve em tempos, e já há muitos anos, nos Institutos Industrial e Comercial de Xisboa e Porto -uni curso de condutores

de obras públicas, que não era nada co mum nem confundível 'com os cursos de construções civis de obras públicas, que a reorganização de 1898 e a de 1903 pu-zeram em execução. ê

Os cursos do condutores eram ministrados nos Institutos Industriais; mas, posteriormente, esses estabelecimentos de ensino atingiram um maior desenvolvi-mento e deixaram de diplomar indivíduos na categoria de condutores. Actualmente os condutores são feitos nas Escolas Industriais.

(jComo confundir os diplomados com o curso de condutores de máquinas pelas Escolas Industriais, com os que obtêm o diploma de curso do máquinas que é dado pokTs Institutos?

Concluindo, só tenho a dizer que é de absoluta justiça o que se pretende projecto em discussão.

O discurso, revisto pelo orador, será. publicado na íntegra, quando devolver, re-visias, as notas taquigráftcas que lhe foram enviadas.

O- Sr. Plínio Silva: — Sr. Presidente: eu sou um dos signatários do parecer da comissão do obras públicas e minas sobre o projecto em discussão.

Ao analisar este projecto de lei reconheci que se trata apenas duma questão de nomes. Confesso que em nada me incomoda o facto de se chamar engenheiro a toda a gente.

Dada a evolução que se está operando nas sociedades, tenho as mais fundamentadas esperanças de que os indivíduos hão-de ser apreciados mais pelo-seu valor próprio, do que pelos diplomas com-que se- apresentem, que, cm Portugal, pouco ou nada valem.

Como 'engenheiro que sou, nada me custou pôr o meu nome a favor deste projecto. Não é pelo facto dos condutores passarem a ser chamados engenheiros, qii.p, PH. qne sou engenheiro, posso sofrei* a concorrência desses indivíduos, a quem faltam as habilitações que eu possuo.

Não vejo. pois, nenhum inconveniente na votação dôste projecto.

Tenho dito.