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Sessão de 11 de Maio de 1920

O Sr. Campos Melo : — Em nome da minoria socialista associo-me ao voto de sentimento proposto pelo falecimento do Sr. alferes Rui Ribeiro.

O Sr. Hermano de Medeiros: — Sr. Presidente : tratando-se de um voto de "senti-monto pela morte de um oficial que era a encarnação do prestígio o do valor militar, um ardoroso defensor da República, que à República deu tudo, ato a vida, em nome deste lado da Câmara, associo-me à proposta de V. Ex.a

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria Baptista): — Asssocio-me, em nome do Governo,'com o mais profundo respeito, ao voto de sentimento pelo insigne oficial, grande republicano, alma de valor, grande patriota, o alferes Rui Ribeiro, que morreu no campo da glória, defendendo a Pátria o a República, nunia época era que os verdadeiros republicanos orain esmagados, ignominiosamente, numa época cheia de indignidade, em que sentíamos oprimidos os nossos sentimentos liberais, em que a República esteve para morrer. (Apoiados).

O alferes Rui Ribeiro impôs-se ao respeito e à consideração dos republicanos, pois com a maior abnegaçcão soube morrer pela Pátria e pela República. (Muitos apoiados).

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Em vista da manifestação da Câmara, considero a proposta aprovada por unanimidade. (Apoiados gerais) >

O Sr. Presidente: —Tem a palavra para um negócio urgente o Sr. Hermano de Medeiros,

O Sr. Hermano de Medeiros:—Lamento não vor presente o Sr. Ministro da Agricultura.

O caso de que vou tratar, rofero-se à sua pasta. Estando presente o chefe do GovGrno, poç.o o favor da sua atenção, porquanto trata-?m dum assunto quo muito interessa a saúde pública.

E a magna ques-tíío do pão.

E uma lei promulgada para ser cumprida om todo o país.

Poço a, atom;fio do Sr. Presidente do liizMstório mra, Gfifíi anr.uuí» (jtio rojiíuto

gravíssimo: a população de Lisboa está sendo envenenada e é preciso saber-se por quem e como.

Tendo eu saído de Lisboa e parando nas Caldas da Rainha, aí fui surpreendido por um pão magnífico de que trago a amostra.

Ao passo que em S. Martinho do Porto se come um pão magnífico, aqui, em Lisboa, come-se um pão detestável.

Eu quero preguntar ao Sr. Ministro da Agricultura quem ó que envenena 'a cidade do'Lisboa, porque é que as outras terras comem bom pEo e a cidade de Lisboa come o pão que o Diabo amassou.

Este pão, posso afirmá-lo, pois tenho observado casos na minha clínica, produz enterites e embaraços gástricos.

E um pão que cheira mal, tem acidez e é este pão que a heróica cidade de Lisboa, que se bateu em Monsanto, traga e que traga este Governo.

S. Ex.a o Sr. Presidente do Ministério e o Sr. Ministro da Agricultura, se não são envenenadores, são cúmplices.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria Baptista): — Acabo de ouvir o ilustre Deputado, Sr. Hermano de Medeiros, por quem tenho muito respeito e consideração, mas não posso do maneira nenhuma acreditar que as expressões de S. Ex.a viessem do coração.

O Sr. Hermano de Medeiros: — Não

houve da minha parte intuito pessoal em ofender V. Ex.a

O Orador: —V. Ex.a não pode julgar o Governo envenenados O Governo tem empregado todos os esforços para que a população de Lisboa coma bom pão, e ó o melhor que se tem conseguido...

O Sr. Hermano de Medeiros: — O pior ó que V. Ex.a devo dizer.

O Orador: —Temos empregado todos os esforços, mas nada sorve, nem multas, nem cousa alguma, nem análises, nem fiscalização. Tudo se vende...

—Esta re-