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Sc*ȋo em 11 de Maio de 1980

ó fabricado só para Lisboa, ao passo qne nas outras terras do país se come pão branco e de óptima qualidade. Desejo que S. Ex.a me responda a ôste ponto, já por mim referido na primeira vez em que usei da, palavra.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Macia Baptista)):— Sr. Presidente: devo aqui explicar algumas das minhas palavras, que infelizmente foram deturpadas, quando bâ pouco me referi a fiscais .e analistas.

Toda a gente compreende, evidentemente, que eti não poderia querer abranger uma classe inteira, mas simplesmente alguns membros dela. E, a propósito, direi que só num dia foram despedidos quinze desses indivíduos.

O Sr. Hermano de Offedeiros : — Para a cadeia é que esses homens deviam ir.

O Orador : — V. Ex.a sabe que não podemos prender sem flagrante delito, e, nessa hipótese, levanta-se o auto, organiza-se o processo, chega-se à conclusão e à prova, e prende se então, tanto mais que os tribunais só julgam e condenam com provas jurídicas.

Há uma outra parte das considerações de S.Ex.a a que não posso deixar de aludir.

Disse S. Ex.a que distinguia muito bem a minha personalidade da minha função de Presidente do Ministério, e afirmou que eu envenenava o povo de Lisboa. Como envenenador não posso distinguir nem desdobrar a minha pessoa do chefe do Governo, por isso que um envenenador é sempre um envenenador.

Relativamente ao pão ser pior aqui do que lá fora, nas províncias, a verdade é que já houve ocasiões em que o pão da capital foi melhor, saindo daqui para os arredores, apesar das diligências policiais tendentes a evitar tal facto.

Sr. Presidente: estou certo de que o Sr. Ministro da Agricultura, dedicado republicano 9 honesto cidadão, nem um só momento descansará sem resolver a questão do pão.

É preciso notar-se, porem, que não baste, a nossa boa vontade; ó preciso tamlíGm que ã& eireirnsívineiafi ÍSG conju-imem por forma i- fcjviu:..? ?lávol ai

que tomos em vista e que se deve fazer. O tempo dos milagres, a multiplicação dos peixes e dos pães, já lá vai, se é que existiu de facto e não simplesmente na Evangelho.

Nada mais posso dizer senão que o Sr. Ministro da Agricultura está nas melhores intenções de bem servir o País, e serve-o com uma dedicação, que já quero que possa ser igualada, mas inexcedível.

A questão do' pão não é um problema tam complicado que S. Ex.a o não possa resolver satisfatoriamente logo que cheguem novas remessas de trigo.

Aproveitando o ensejo de estar no uso da palavra, vou responder ao Sr. Sampaio Maia que, na última sessão, me in-terrogOu acerca duns factos de alteração da ordem pública.

O levantamento a que S. Ex.a se referiu teve um carácter um tanto ou quanto social. São uns fogachos que de vez em quando aparecem, instigados por almas danadas que não têm a consciência do que valem e que os incendeiam para nós os apagarmos.

O Sr. Augusto Dias da Silva (interrompendo) : — j V. Ex.a,n.ão pode dizer isso!

O Orador: — Não admito a V. Ex.a que me interrompa.

Estabelecem-se vivos apartes. Sussurro.

O Sr. Presidente: — Peço aos Srs. Deputados que ocupem os seus lugares.

Vojzes:— Dos nossos lugares não podemos ouvir as palavras do Sr. Presidente do Ministério.

Os Srs. Deputados continuam rodeando o orador.

O Sr. Presidente : — Convido o Sr. Presidente do Ministério a suspender as suas considerações até que o sossego só estabeleça na sala e os Srs. Deputados retomem os seus lugares.

Pausa*

O Sr. continuar.

: — Queira

Ex»