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Sessão de 12 de Maio de 1920

l Pois até os reservados, que estão metidos em caixas de lata, até esses estão contaminados! ; Alguns, já estavam estragados quando ali os meteram!

Eu ainda aqui tinha outros documentos para ler, mas não desejo tomar mais tempo à Câmara; apenas quero frisar que não é de agora a idea de dar à Biblioteca uma outra instalação; já antigos directores daquele estabelecimento reconheceram a mesma necessidade.

Assim, em 1844, José Feliciano de Castilho já se preocupava com o estado da Biblioteca; e em 1861, Mondes Liai chamava para ela a atenção do Governo, e preconizava, como remédio único eficás. erigir desde os fundamentos um edifício novo.

Outros directores mais recentes -da Biblioteca têm levantado igualmente o seu grito de alarme, e contudo as cousas continuam na mesma, ou antes cada vez pior, porque o mal se vai agravando de dia para dia.

Termino as minhas considerações por agora e as minhas palavras indicam, evidentemente, o meu apoio à proposta em discussão, reservando-me, apenas, para em ocasião oportuna, apresentar à Câmara alguma alterações e alguns aditamentos que julgo conveniente introduzir.

Tenho dito.

O Sr. Ladislau Batalha: — Sr. Presidente:' é com grande e profundíssimo desgosto que vou ocupar-me dum assunto, que, com franqueza e como português me sinto envergonhado de ter de tratar.

Mas, pelo amor que sinto pela nossa nacionalidade, desejo que ele seja discutido em toda a sua extenção e com toda a clareza e proficiência de que ó digno.

O descalabro em que as cousas da nossa terra correm, confundem-se hoje na sociedade portuguesa os elementos estáticos com'os elementos dinâmicos, de maneira que já não há previsão possível, pois que, pouco se tem avançado apesar do muito que entre nós se fala sobre toda a variedade de assuntos.

S. Ex." o Sr. Ministro ae Instrução Pública trouxe-nos dois projectos de Jei, um para o qual podiu a urgência e dis-ponsa do Regimento, o que HO referia aos Í3.5CO£ para acudir ac \)osso:i! da .^iblio-ÍPí°..-i o outro para 411;:: podia, aóinonto n,

O Sr. Ministro da Instrução Pública

(interrompendo): — Houve um equívoco na, Mesa . . .

O Orador: — É tal o nosso descalabro que até na própria Mesa da Câmara se dão equívocos com assuntos desta natureza. Mas, felizmente, ainda assim, porque trouxe à supuração no momento preciso um assunto que não pode mais ser preterido.

Um dos projectos trata, com justiça, de pagar a quem está a trabalha; o outro, perdoe*rne S. Ex.a o Sr. Ministro dá Instrução, porque tenho a máxima consideração e respeito, não corresponde ao sou eloquente e brilhante discurso, pedindo socorro para uma grande calamidade, pois que, na melhor das hipóteses, o novo edifício proposto no projecto só estará pronto daqui a trOs ou quatro anos, j e, nessa altura, já não haverá livros na Biblioteca para lá meter!

E porque?

E que a questão propriamente técnica, a questão biblioteconómica não foi ainda tratada convenientemente.

Fez S. Ex.a, o Sr. Alves dos Santos, um discurso brilhantíssimo, onde aflorou o assunto com toda a proficiência, mas pareco-mo que o Parlamento nem ainda assim ficou com ele suficientemente integrado na grandeza da- calamidade que nos ameaça as tradições nacionais.

Quando há pouco o Sr. Brito Camacho fez a prcgunta sã também já estavam atacadas do mal as obras legadas por Fialho de Almeida...

O Sr. Santiago Prezado (interrompendo) : —V. Ex.a dá-me licença? É para dizer que há livros chegados há dois anos que já estão contaminados pelos vermes.

O Orador: — Ora, Sr. Presidente, permita-me V. Ex.a que eu exponha a minha opinião, para que esto Parlamento possa de facto tomar uma decisão à altura da gravidado.

E o que vou tentar fazer em poucas palavras.