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V. Ex.a fez ainda mais acusações ao Governo, e fica bem demonstrada a falta de razão que lhe assiste.

O Sr. Lopes Cardoso (interrompendo):— Foi bom que este caso sé deslindasse, porque de contrário, a continuar o mal-entendido, uma maior intriga se levantaria.

O Orador: — Não sei qual a oportunidade da interrupção do Sr. Lopes Cardoso, e certamente só ele é que a conhece.

Mas, Sr. Álvaro de Castro, eu estou convencido absolutamente de queV.Ex.1'1 não é capaz de conspirar contra a Eepú-,blica ou contra a Constituição, e sei mesmo que V. Ex.a é capaz de se aliar comigo na defesa das mesmas.

V. Ex.a foi tam cruel que até leu nos meus gestos, pois disse que eu tinha feito um gesto significativo ou indicativo de que ia fechar o Parlamento!

Francamente não sei que gesto indicativo é que eu teria feito!

JRisos.

Isto pertence à secção das charadas e dos enigmas, e eu nunca tive grande geito para os decifrar.

Parece, pois, esclarecida suficientemente a questão.

Relativamente ao assunto do Porto, eu trarei à Câmara os respectivos documentos. Tenho instado por eles e logo que eles cheguem V. Ex.a será satisfeito e verá que o chefe do Governo, pequenino como é, terá sempre lampejos de inteligência, assim como todo o Governo, para proceder sempre com o lema da justiça, estando animado da melhor boa vontade para servir o País. (Apoiados).

O Sr. Álvaro de Castro (para explicações) : — Ouvi as declarações do Sr. Presidente do Ministério e creio que S. Ex.a disse, uuina maneira categórica, que não havia nenhum movimento revolucionário em preparação, afirmando bem concreta-mente que nem eu nem qualquer dos meus amigos políticos tínhamos a menor interferência em nenhum movimento dessa natureza.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria Baptista) (in-

Diário da Câmara dos Deputado

terrompendo}:—Perdão! Eu não disse isso. tCu declarei que não poderia supor que V. Ex.a fosse responsável por um movimento dessa natureza,

O Oraaor :—V. Ex.a não respondeu à pergunta capital que eu produzi aqui na sessão de hontem. O que eu sei e todo o público sabe é que os jornais publicam diariamente notícias que não tranquili-sam nada a opinião pública, anunciando que os navios saem dos quadros por causa da artilharia do campo entrincheirado, que V. Ex.a tem tido conferências com este e com aquele, e V. Ex.a acha absolutamente natural que a imprensa esteja a fazer a propaganda de intranquilidade sem motivo algum, mantendo-se V. Ex.a de braços cruzados sem dizer aqui uma única palavra.

Diz-se até que já foram apreendidas pelo Governo cartas em que se reconhece que eu e o Sr. Helder Eibeiro estávamos comprometido nesse movimento.

Ontem, se V.Ex.a fosse à «Brazileira», tinha conhecimento de que não eram uma ou duas pessoas que o diziam.

O que me interessa não é a minha atitude nem a circunstância de se dizer que eu estou ou não comprometido num movimento, mas sim saber se está a esta hora a fazer-se um movimento revolucionário e se V. Ex.a tem a força necessária para aniquilar os seus factores.

Isto é que o País carece de saber: se S. Ex.a está disposto a deixar que determinadas pessoas continuem espalhando os boatos mais tétricos na sociedade portuguesa para unicamente servirem os seus intuitos. O resto não tem interesse nenhum.