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S. Ex.a vem também dizer que ôste Gabiaete pratica toda a sorte de irregu-laridades.

Ora eu, para provar que sou sempre justo, posso reler ir à Ccâmara que, tendo sido assaltada uma casa de batota e sido presos vários jogadores, foram feitas várias diligências junto do Governo para eles serem soltos.

Pois -o Governo resistiu a todas essas insistências, respondendo que fossem enviados para os tribunais.

Assim responde o Governo.

O Governo, Sr. Presidente, mais uma vez cumpriu o seu dever, e admira-me muito que o ilustre Deputado Sr. Álvaro de Castro, que é um jurisconsulto distinto, venha ao Parlamento expender certas doutrinas.

As leis, Sr. Presidente, estão em vigor e, como tal, são para se cumprir.

Eu, Sr. Presidente, não faço política partidária, e a prova ó que, sabondo pelo próprio governador civil que V. Ex.a tem feito várias reuniões com o seu grupo político, a resposta que dei foi de que isso nunca poderia ser prejudicial para a Ee-pública.

Eii, Sr. Prcsidou-te, tenho no meu Ministério cerca 'de 4 a 5:000 telegramas de vários pontos do País, pelos quais se vê que em toda a parte reina absoluta tranquilidade.

O que eu contesto, e não posso deixar de contestar, é que um secretário meu tivesse espalhado a notícia de que a ordem estava para ser alterada.

O que eu posso garantir à Câmara é que apenas umas duas ou três pessoas me vieram dizer que os Srs. Álvaro de Castro e Holder Eibeiro se mexiam —,; e quero V. Ex.a saber qual foi a resposta que eu lhes dói? Foi a soguinte:

Que me não importava absolutamente nada com isso, por isso que homens dessa natureza se podiam mexer à vontade, porquanto estava convencido do que nunca só poderão mexer contra a Eepública, por isso que compreendem muito bem os seus deveres cívicos o republicanos, e assim, quando S. Ex.as entenderem que o Governo vai por mau caminho e o queiram ver substituído por outro, o hão-de fazer pelos meios legais e justos.

O que eu posso garantir a V. Ex.a e u Câmara e que as prevenções que ontem

• Diário da Câmara doa Deputados

se fizeram não tiveram nenhuma importância, tendo sido feitas mais por causa de movimentos operários do que por quaisquer outros movimentos.

Não há motivos para que hoje tenhamos receios de movimentos revolucionários, o que não quere dizer que os não possa haver amanhã ou depois. . Alguma cousa se prepara efectivamente, devo dizê-lo; porém, no momento presente, repito, não há receios para tal.

Relativamente ao que o ilustre Deputado Sr. Álvaro de Castro disse sobre os oficiais da guarda republicana do Pôr-to, eu devo dizer que S. Ex.a não foz uma interpelação e, como tal, não me julgo habilitado com os documentos precisos para lhe responder sobre o assunto.

Aqui tem V. Ex.a o que posso dizer de concreto.

O dossier completo acerca da saída do Sr. tenente coronel Lereno da guarda republicana do Porto teve-o V. Ex.a logo, e, tanto tempo levou a estudá-lo, que ainda não teve a bondade de devolvê-lo.

Os documentos não estão só no comando da guarda republicana. Logo que cheguem serão enviados a V. Ex.a Já insisti por eles. Então é que a discussão terá alguma base.

V. Ex.a ataca o Governo por tudo, e até peio que sucedeu na estação de S. Bento, no Porto.

Ora, francamente, V. Ex.3 sabe muito bem que o Governo não interveio em cousa alguma.

Não me importo que V. Ex.a vá ao Porto.

O Sr. Álvaro de Castro (interrompendo):— j V. Ex.a inventa factos extraordinários! Não-me referi a esses factos.

O Orador: — Na primeira vez referiu-se.

O Sr. Aivaro de Castro: — Não disse isso.

O Orador:—V. Ex.a dirigiu uma afronta aos oficiais do Porto...