O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de U e ff de Maio de 1930

O Orador: — Disse V. Ex.a que o Go

vôrno ó que quis afrontar os oficiai? que foram esporar V. Ex.a à estação de S. Bento...

O Sr. Álvaro de Castro: —Há ainda um equívoco.

Consta dos quesitos. Foi o que disse.

Eles preguntam se os oficiais foram esperar o Sr. Álvaro de Castro com amigos, etc.

Estes quesitos ó que ó necessário que todos conheçam.

São o contrário do que V. Ex.a tem defendido até hoje.

O Orador:—V. Ex.a sabe perfeitamente que o Governo não fez isso.

O Sr. Álvaro de Castro: — Sei perfeitamente que aos oficiais eles foram dirigidos.

V. Ex.a não podia autorizar esses escritos.

Esses documentos já deviam cá estar.

Hoje mesmo eles poderiam vir por ordem de V. Ex.a •

Todas as palavras de V. Ex.a são inúteis, porque V. Ex.a desmente-as.

V. Ex.a agora mesmo telefonava e mandava vir os documentos.

O mais é fantasia.

O Orador.:—V". Ex.a tem pedido documentos por doses.

Um dossier não vai por doses: tem de òrganizar-se.

Está fazendo uma questão por partes; de cada vez vem um pedido.

O Governo fez o que podia fazer e não podia de forma alguma proceder doutra maneira.

O Governo não exerceu, pois, acção nenhuma.

Podia partir do comando do batalhão da guarda republicana e eu não posso coarctar a iniciativa primitiva.

Não podia, de maneira nenhuma, fazer senão ò que fiz.

Podo V. Ex.ater a certeza de que ôsses documentos hão-do vir.

S. Ex.a quero lançar as responsabili-dades sobre o Governo para que alguma cousa fique, embora depois se passe o contrário. Tanho dito»

11

O Sr. Álvaro de Castro : —Principio por repetir a última afirmação do Sr. Presidente do Ministério.

Disse S. Ex.a que os meus intuitos eram apenas lançar a responsabilidade sobre o Governo, de a fim que da calúnia alguma cousa ficasse.

Eu digo a V. Ex.a que o Sr. Presidente do Ministério não disse uma palavra que desmentisse as afirmações que eu aqui fiz para demonstrar quo S. Ex.a não tinha razão nenhuma no que afirmou quanto ao meu pedido, que foi apenas de dois documentos que mando para a Mesa para que sejam entregues a-S, Ex.a.

Os documentos que S. Ex.a tam rapidamente trouxe ao Parlamento são ao todo vinte e três. A cópia desses documentos, não demorou um dia, tanto foi o tempo que mediou ontre o eu usar da palavra e a sua apresentação no Parlamento, mas esto documento que se pode copiar em dez minutos e quo dentro do meia hora estariam aqui, diz S. Ex.a que é necesá-rio esperar muito tempo e de compulsar muita cousa complexa.

Se eu quisesse fazer um ataque político cm forma, para que não mais se sentasse nas cadeiras do Poder este Governo, pouco seria preciso fazer para que o país mo apoiasse.

Vozes:—Apoiado! Trocam-$e apartes.

Q Orador: — Se eu quises.se, como ia dizendo, iniciar um ataque político ao Governo, seria forte razão ter-se verificado que S. Ex.a não tinha força suficiente num seu subordinado.

Se S. $x.a tivesse trazido os elementos que eu pedi, imediatamente teria tranquilizado tudo.

Mas S. Ex.a não o fez, porque sabia que Cases documentos, trazidos aqui à Câmara, seriam a demonstração plena e completa de quo eu não levantei uma questão política, mas uma alta quostão de princípios, a que, aliás, está ligada toda a nossa tradição republicana; a de V. Ex.a e a minha.