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Diário da Câmara doa Deputados

País, apenas a um terço deste, muito trabalho útil se produziria. De resto o próprio reforço que S. Ex.a hoje pediu apenas servirá para tapar alguns buracos. . Tenho dito.

O Sr. Eduardo de Sousa: — Chamo a atenção do Sr. Ministro do Comércio para três assuntos que passo a expor em resumidas palavras:

Há' muito tempo que requeri autorização para examinar o processo de separação do director do Instituto Comercial do Porto, por desejar verificar várias irre-gularidades que nele só contêm.

Segundo ponto: como Deputado que sou pelo círculo de Bragança, chamo a atenção de S. Ex.a para o facto de n'ao haver ali actualmente engenheiro, pedindo para o facto pronto remádio.

Terceiro ponto: chamo a atenção de S. Ex.a para uma carta, que hoje veio publicada no Século, acerca do estado em que se encontra a ponte D. Maria Pia. Diz-se nessa carta que há mnito tempo passou o período de resistência que o engenheiro Eiâel tinha determinado para ,a segurança da ponte. Eu tinha doze anos quando a ponto se inaugurou, e não tenho idea de se ter até agora procedido a qualquer obra de reparação e de conservação.

Ainda eu era director do jornal a Tarde e já existiam caixas com parafusos que caíam dessa ponte.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Lúcio de Azevedo):—Respondendo ao Sr. Eduardo de Sousa devo dizer— e faço-o com satisfação — que já chamei a mim o processo que diz respeito à separação do Sr. Paulo Marcelino, que •foi um distinto ornamento do Instituto Comercial do Porto. Estou actualmente estudando esse processo, e as conclusões a que chegar comunicá-las hei a S. Ex.a...

O Sr. Eduardo de Sousa:—Eu sei que existem nesse processo várias irregulari-dades, e ó por isso que o desejava ver.

O Orador: — Eu darei ordem às repartições, competentes para facultarem ao ilustre Depatado esse processo.

Relativamente aos engenheiros do distrito de Bragança devo dizer que, infelizmente, o estado caótico da administração

pública nos levou a esta situação vergonhosa de não termos engenheiros nos distritos por se encontrarem amontoados em Lisboa.

Eu estou tratando de arrumar a casa, mas há interesses ligados e um tal conjunto de circunstâncias especiais que tornam difícil o caminhar depressa. A questão não%se remove dum dia para o outro, mas eu prometo dedicar toda a minha atenção ao assunto, para que os serviços públicos sejam efectivamente aquilo que devem ser.

Na Direcção Geral das Obras Públicas tudo estava por fazer, encontrando-se os serviços na mais completa anarquia. Dotei-os com o competente pessoal auxiliar e estou tratando de prover todos os lugares em aberto. Dentro de quinze dias espero ter completamente organizados todos os serviços hidráulicos.

Vozes:—Muito bem. ' a

O' Orador:—E no próximo Conselho devem ser julgados lõ processos.

Relativamente à ponte D. Maria Pia,^ devo dizer que não conheço o estado em^ que ela se encontra presentemente, mas, quãuuG úitiniamentõ estivo no 0. õrto, visitei a ponte D. Luís porque, correndo boatos vários sobre o seu estado, eu tinha interesse em me inteirar da sua veracidade e em examiná-la,. assim como a outras pontes, e tive ocasião de verificar que, o que sucede a essa ponte, sucede a outras pontes que estão arruinadas, urgindo tomar medidas para remediar este estado de cousas, de modo a salvaguardar aquelas preciosidades, pois, de contrário, num período de tempo muito curto, essas pontes estarão completamente arruinadas.

Interrupção do Sr. Eduardo de Sousa.

O Orador: —Compenetrado da gravidade destes factos, nomeei uma comissão competente para estudar a forma financeira para-criar recursos para-manter'a conservação aturada das nossas pontes.

Espero em pouco tempo trazer a esta Câmara uma proposta com o fim de criar receita, a fim de atender ao estado em que se encontram essas pontes.

Tenho dito.