O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão dê 20 de Maio de Í920

lhe pagam apenas $08 para transporte e tQm que percorrer 36 quilómetros, cujo transporte lhe custa 20$. Tem um déficit de 12$ a 14)5; e que tendo mulher e filhos a sustentar não pode continuar com este déficit e portanto não fiscaliza.

Eu não sei se isto ó desculpa do funcionário para justificar a sua.atitude.

Seria conveniente que o Estade fornecesse transportes a estos funcionários.

Uma voz:—Talvez automóveis.

O Orador:—E porque não automóveis? Há tantos automóveis do Estado quo an-nam ao serviço de pessoas que nada produzem, não era muito que o Estado pusesse automóveis ao serviço destes funcionários ; já haveria mais fiscalização e assim se evitariam muitos abusos, corno os que aparecem nas folhas. '

Espero que S. Ex.a empregará todos os esforços para fazer uma obra útil para o nosso País.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Lúcio de Azevedo): — Ouvi com a maior atenção as considerações dos ilustres Deputados e devo dizer em resposta ao Sr. Tamagnini Barbosa que não foi por culpa minha que encontrei como encontrei o orçamento do meu Ministério, nem tam pouco foi por minha culpa que a Câmara não discutiu este assunto*

Estou em presença de factos consumados e na presença dum orçamento em que encontrei as verbas reduzidas a mais de um terço e que há serviços que tenho que pagar.

No meu Ministério tenho procurado fazer com que todos os funcionários cumpram o seu dever.

Atravessei a hora grave da greve e consegui; com muita energia, e muito patriotismo, estabelecer a ordem nos serviços públicos e dispenso que alguém me dê indicação sobre o meu modo de proceder quando eU no cumprimento do meu dever com patriotismo faço -cumprir as leis do meu País*

Seria do meu desejo ver rapidamente restabelecida a ordem, mas infelizmente a tarefa é demorada. Se, porôm, neste lugar me demorar, com muito boa vontade, eâ° pêro conseguir esse desideratwn.

Disse o Sr. Alvos dos Santos que ês-sos funcionários âuvisiin aur doapydMos.,

19

Ora, eu desejava ver S. Ex.a neste lugar para verificar a facilidade com que S.Ex.a lançaria na miséria 4:600 operários que foram admitidos sem a minha responsabilidade.

Devo dizer que até esta data já retirei do serviço, 1:200 operários em Lisboa e 31 no Minho e Douro.

Estou resolvido a fazer o saneamento dentro do meu Ministério, tendo despedido os elementos que representam a completa negação do trabalno,

Mas, ia eu dizendo, a minha obra ó toda construtiva. Eu não faço" política dentro da minha pasta. A política que eu faço ó a política nacional, na vesdadeira acepção da palavra. Não crio clientelas, e foi devido à minha política que nós nos encontramos na situação embaraçosa em que nos encontramos? Talvez S. Ex.a, se aqui estivesse, não tivesse a coragem de realizar o que eu já tenho realizado.

S. Ex.a quer e que eu faça obra mora-lízadora, mas não concorda que eu peça este reforço de verba.

Pois foi precisamente para moralizar os serviços públicos que eu propus o rer forço de verba. Não tendo eu um mísero centavo para pagar material algum, era obrigado a manter na situação de inac-ção, à boa vida, três mil e tantos operários, que ainda se encontram ao serviço do Estado^ por não terem ferramentas, nem material.

Repito: a política nacional que eu faço a dentro do meu Ministério ó cheia de civismo, com muita honra e cx>m muito boas intençOes»

Tenho dito* (Apoiados),