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8e**âo de 2 de Junho de 1920

vinham exactamente da falta de materiais e de transportes, e isto porque, precisando o Bairro para um regular funcionamento de fazer entrar 400 a 500 metros cúbicos de materiais diversos, era por consequência necessário resolver imediatamente o problema dos materiais e o dos transportes.

Nesse sentido propus ao conselho que enviasse um seu delegado, que juntamente com outro delegado da confiança do Governo, fossem a Paris e a Londres com técnicos, a fim de comprar camiões servidos da guerra, mas já reparados, para assim resolver as dificuldades do transportes, pois que sem eles nada se' poderia fazer.

Mas pelo Sr. Pimentel foi-ine dito que não valia a pena, por isso que tínhamos os camiões do nosso exército.

Conformei-me, e dirigi-me ao Sr. Hel-der Eibeiro a solicitar-lhe a cedência dos camiões pertencentes ao Ministério. Observou-me S. Ex.a que era absolutamente impossível ceder esses camiõeSj visto que já os tinha negado ao Ministério do Comércio para serviço das estradas.

Um pouco desanimado com o que se tinha passado, fui ao Conselhs de Administração, expus o que havia, e o assunto ficou para estudar.

Os últimos camjões foram comprados a uma casa americana por 19.900$.

No Conselho dos Bairros Sociais apareceu uma proposta de fornecimento de camiões, marca alemã, para o poso de 3:500 quilogramas, pelo preço de 13*000$. O Sr. Pimentel afirmou-me que a marca era desconhecida, e que- por tal facto não convinha fazer a transacção. Ponderei que a aquisição desses camiões só dependeria das experiências a efectuar, e o Sr. Pimentel teve de concordar em princípio. Mas o contrato não só fez, porquanto, não tendo feito depósitos recíprocos, a casa ficou desobrigada.

As propostas continuaram a aparecer, entre elas uma para fornecimento de camiões marca Fiat, por 17.000$.

O Sr. Pimentel, presidente do Conselho de Administração, julgou, porém, também usíci marca, desacreditada.

Entretanto voio falar comigo o representante duma, ctisa, de automóveis franceses, o qual mo proguntou se eu lhe garantia uma encomenda do automóveis.

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Respondi-lhe que não podia garantir cousa nenhuma, mas que estava convencido de que, desde que o seu preço fosse baixo e se se tratasse de boa marca, o Conselho de Administração dos Bairros Sociais tomaria a proposta em consideração.

Tempos depois de ter partido para Paris esse agente, recebi uma carta em que me dizia que estava pronto a fornecer 12 camiões de 3:500 quilogramas, marca Peugeot, por 16.000$ cada.

Esta marca também não serviu, não sei porquê.

j Abriu-se depois um concurso, mas não foram chamadas estas duas casas, unicamente com o fim de se fazer a aquisição dos camiões americanos a 19:000$!

Entretanto, subindo ao Poder o actual Governo, preguntei ao Sr. Ministro da Guerra se realmente o Estado estava disposto a vender os camiões, obtendo uma resposta afirmativa e a indicação de que cada camião seria vendido por 8 contos.

Pui ao Bairro, comuniquei este facto, e o Sr. Pimentel disse que os camiões por 8 contos eram muito caros, atendendo às reparações que cada veículo precisava.

Y. Ex.a, Sr. Ministro, tem sido até hoje simplesmente jornalista, e não vivendo em contato com a indústria, nem com o comércio, desconhece a aspiração dos técnicos, o 'assim pôs na administração dos. Bairros um engenheiro.

É bom dizer-se, porém, que S. Ex.as nenhuma inovação fizeram, porquanto ao mesmo tempo que um tomava providências no sentido de serem fornecidos os materiais e os transportes, exigia que os técnicos do cada bairro, dissessem ao Conselho quais os preços porque se deveriam dar de 'empreitada os serviços de terraplanagem de cada bairro.

Nesse sentido o Conselho escreveu aos directores técnicos de cada bairro, a fim de se fazer um. orçamento das terra-plenagons.

E o que ó mais triste é que o Sr- Pimentel, para se insinuar no espírito do Sr. Ministro, lho foi apresentar a idea dos outros, mão com outro nome, chamando lhe tarefas em vez de comanditas.