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Eu já tinha dado a palavra ao Sr. Dias da Silva. Não posso, pois, proceder à contraprova. • • '

O Orador: — Sr. Presidente: eu folgo imenso de ter observado, na resposta que o Sr. Ministro do Trabalho me deu, que da rparte de S. Ex.a não tivesse havido nem uma só contestação aos meus argumentos, mas que tivesse ha vido.uma enorme boa fé, consequente do mesmo defeito que eu há pouco lhe apontei, isto é, tendo sido S. Ex.a jornalista ato há pouco, tem fatalmente de se definir pela opinião dos outros.

S. Ex.a insinuou, e as insinuações somente sobre mira têm pesado, que eu tinha dirigido os trabalhos dos Bairros Sociais do acordo cem o Ministro do Trabalho socialista. É preciso definir situações, exactamente para acabar com esta cJiantage que se vem fazendo em volta do primeiro Ministro socialista, para acabar de se dizer que fui eu o responsável de se terem gasto os 3:000 contos nas obras do Ministério do Trabalho. Eu apenas tive interferência, forte interferência, tam somente no Parque Eduardo VII, e muito pouco no Hospital do Desterro, mas tam pouco em um e outro, que eu não tenho receio de errar dizendo que não gastei com isso mais do que 300 contos. As insinuações têm de acabar duma vez para sempre. Eu não paguei nada no Parque senão por tarefas, senão por empreitadas.

Mas vamos à parte dos técnicos. V. Ex.a sabe que uma parte dos engenheiros nem para arrumar livros serve, embora isso desagrade a algumas pessoas.

O Sr. Plínio Silva:— V. Ex.a há-de citar alguns.

O Orador: — Não vale a pena. O Sr. Mem Verdial:—Vale, vale.

O Orador: — Então eu já vou c.itar um. Eu tinha realmente uns 80 carpinteiros e igual número de pedreiros para arrumar. Por mais que eu pedisse aos meus amigos, arquitectos ou mestres de obras, não consegui dar colocação a esse pessoal que não tinha trabalho. Nessas condições, foi necessário que eu próprio,

Diário da Câmara dos Deputados

como Ministro, andasse à procura de colocação para ele, porque não consegui nenhuns elementos de informação dos diferentes engenheiras que estão à frente das repartições públicas, a quem me dirigi. <íMas colocação='colocação' com='com' que='que' a='a' nas='nas' ver='ver' e='e' ex.a='ex.a' relação='relação' do='do' sr.='sr.' o='o' p='p' se='se' desse='desse' ministro='ministro' desterro='desterro' pessoal='pessoal' v.='v.' obras='obras' quere='quere' hospital='hospital' passou='passou' tem='tem'>

Eu fui, em pessoa, saber se nos hospitais havia trabalho para dar, por motivo de reparações a fazer, etc. Solicitei auxílio do Sr. Dr. Lobo Alves, director dos hospitais, pára dar trabalho a tanta gente -desempregada. S. Ex.a disse-me que realmente precisava dalgumas obras rios hospitais, mas que não tinha verba para isso. Eespondi que punha à sua disposição a verba necessária, e S. Ex.a indicou-me o Hospital do Desterro, como o mais urgente a reparar. Aceitei. Há lá um engenheiro que ganha 1.200$ por ano, e que tem obrigação de dirigir to: das as obras e obrigação de ter os projectos de reparação e de construção prontos a tempo e a horas. Apelei para esse engenheiro, pedindo-lhe os dados suficientes, que nunca consegui, e pregun-íando !hc se queria lá gente, disse-me que não, que não queria pessoal de fora misturado com o pessoal da casa. Contestei-lhe que isso não era razão e'que ia mandar para. lá operários. Respondeu--me que sim, mas desde, que o pessoal para lá foi nunca mais S. Ex.a pôs os pés no hospital. Essa é uma das razões por que essas obras não deram o resultado que seria para desejar. Mas há mais: não havia andaimes, porque-uão queriam emprestar os da casa, bem como não emprestaram a ferramenta necessária. Fui lá, insurgi-me contra aquela paralisação de trabalho e contra a falta de cooperação que havia. Pedi a coloboração do director do hospital, para se efectivarem as obras necessárias; disse-lhe também que queria as obras divididas por tarefas. Chamei depois o engenheiro e doi-lho as mesmas instruções, pedindo o seu auxílio ; mas posso dizer a V. Ex.a que até hoje nunca mais o engenheiro lá foi dirigir os trabalhos.

Veja V. Ex.a se deste modo se pode fazer qualquer cousa de útil.