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Diário da Câmara do» Deputados

Vou terminar as minhas considerações, crendo ter feito uma exposição tam completa quanto julgo necessário para S. Ex.a fazer uma pequena idea de como tem sido ludibriado.

Os apartes não foram revistos pelos Sr s. Deputados que os não fizeram.

O Sr. Presidente: — Consulto a Câmara sobre se consente que o Sr. Ministro do Trabalho use da palavra para responder, com prejuízo da ordem do dia, ao Sr. Dias da Silva. ^

O Sr. Eduardo de Sousa (sobre o modo devotar):—A Câmara tinha deliberado que esta interpelação se efectuasse antes da ordem do dia, mas sem prejuízo da mesma ordem.

Há pouco, quando o Sr. Dias da Silva, prosseguiu no seu discurso, foi com consentimento da Câmara, mas o que esta assemblea não votou foi que este assunto continuasse a discutir-se com prejuízo da ordem do dia.

O orador não reviu. . . -

O Sr. Abílio Marcai (sobre o modo de votar):—Desde que se fez concessão ao Sr. Augusto Dias da Silva, que era o ín-terpelante, para continuar no uso da palavra, parece-me que também se deve dar igual concessão ao Sr. Ministro do Trabalho, com prejuízo' da segunda parte da ordem do dia de hoje. (Apoiados).

O orador não reviu.

Consultada a Câmara, foi autorizado a usar da palavra o Sr. Ministro do Trabalho.

O Sr. Ministro do Trabalho (Bartolomeu Severino): — ST. Presidente: agradeço à Câmara a atenção que teve para comigo, consentindo-me usar da palavra nesta altura da sessão; e, correspondendo a essa gentileza, procurarei ser o mais rápido e clai'0 na minha exposição.

De facto, o Sr. Augusto Dias da Silva, que me interpelou, contra a minha expectativa não me dirigiu um ataque, nem sequer fez uma censura ao Ministro do Trabalho, lamentando, todavia, em boas palavras, que p Ministro não tivesse aquela consciência do cargo que lhe desse a defesa indispensável contra as sugestões de

outras pessoas, que o teriam levado—na sua opinião, que não na minha, — para caminho errado.

E desde que assim é, e que S. Ex.a me colocou, portanto, numa situação muito especial, na qual me encontro aliás muito à vontade, eu peco-lhe desculpa de não começar pela minha resposta directa às considerações que formulou, para entrar na história dos Bairros Sociais.

Sr. Presidente: a crise de trabalho que se produziu logo em seguida a Monsanto, foi de facto fantástica, e tam fantástica que a opinião do País se ergueu e proclamou de tal maneira escandalosa essa crise de trabalho, que ela teve de cessar pela mão enérgica do Sr. Domingues dos Santos.

Talvez não saiba e eu, portanto, vou indicá-las. No Parque Eduardo VII, gastaram-se mais de 600 contos. No Hospital do Desterro, em dois meses, consumiram-se 192 "contos. No Parque Silva Porto dispenderam-se 69 contos. Em vários edifícios da cidade, era monos de um ano e só pelo Ministério do Trabalho, foram gastos 3:435 contos.

Sr. Presidente: só seria possível justificar tam grandes despêndios, se qualquer cousa de ver elas tivessem produzido. Mas não foi assim. Não produziram nada que se visse.

Toda a gente sabe que no Parque Eduardo VII nada se fez. (Apoiados).

•Igualmente não é novidade para ninguém que no Parque Silva Porto apenas se abriu uma rua, e que no Hospital do Desterro, do trabalho de 900 operários, consumindo-se, como já disse, em dois meses, cerca de 200 contos, apenas resultou a instalação dum jogo, a par da destruição de todo o telhado do edifício, cujas reparações têm de ser pagas pela administração desse hospital, orçando elas por 40:000$."

Resultou mais: o desaparecimento de toda a cantaria duma excelente escadaria que ali havia.