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Sessão de 2 de Junho de 1020

apenas que ai de nós se julgarmos que na obra pública havemos de exigir muito trabalho dando ordenados que correspondam a metade do que cá fora se ganha.

Nunca mais havemos de ter autoridade moral para exigir esse trabalho.

Quem é profissional e honesto arranja sempre trabalho, sem que seja nas obras do Estado.

O que é preciso é que da empreitada que o Estado dá seja honesto o permita pagar condignamente a quem trabalha.

Creia V. Ex.a, os operários preferem somente trabalhar nas obras do Estado mais pela garantia dum trabalho certo e, sobretudo, por causa do inverno, que por outra cousa.

Atacou-me, pois, V. Ex.a por eu aumentar de 2$40 para 3$ os profissionais e pagar os domingos, ainda que não trabalhassem.

Eu vou explicar. Nas obras particulares pagava-so 3$50 e 4$, e como eu sabia que gente honesta e trabalhadora não conseguiríamos sem que a mesma importância pagasse, permiti o aumento, mas em vez de pagar a 3«$50 passei a pagar 3$ e por cada seis dias de trabalho' pagava sete dias. Se trabalhassem cinco dias e meio, recebiam apenas os cinco dias e meio.

(jE sabe V. Ex.a qual foi o resultado? Foi o pessoal ser pontual à segunda-feira, não faltando, e evitando aos trabalhos do Bairro uma desorganização mais prejudicial que o pagamento de domingo.

Também já tive oficina e sei muito bem o prejuízo que nos causa o facto duma parte do pessoal, ainda ,que pequeno, perder um dia de trabalho ou meio dia.

A Câmara, que tanto se regozijou com a medida económica tomada por S. Ex.a— e eu sou o primeiro a reconhecer que S. Ex.a lançou mão dela na melhor das intenções — ouça agora e fixe de novo o seguinte:

Um pedreiro ganhava cá fora 3$50 e um carpinteiro 4$; dentro dos Bairros Sociais ganhava 2j$40,.,

O Sr. Mem Verdial: — j Ganhavam mais que o engenheiro duH obras do Rogo!,..

O Orador í -—O que Gsao engenheiro recebia nSo ora ordenado; era uma remuneração, ora uma íissiafônciíi.

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Pois eu em vez de pagar os 3$50 a cada pedreiro, permiti o aumeqto do salário para 3$ por cada dia de trabalho, e quem trabalhasse os seis dias da semana era-lhe pago o dia de domingo, exactamente como se faz nas empresas jornalísticas.

Portanto, todo o operário que trabalhasse 'cinco dias e meio apenas recebia o salário correspondente a ôsses dias. Em-fim, organizei o trabalho de modo que a segunda-feira começou a ser trabalhada.

O Sr. António Maria da Silya : — j Quando faltavam iam para a batotai .. .

O Orador: — A falta de educação cívica e moral na nossa terra não atinge somente os operários, atinge os homens de cartola, que vão para as casas de batota jogar o dinheiro e a honra das famílias!

j A falta de civismo e de moral não atinge só as classes trabalhadoras, atinge também as classes privilegiadas e aquelas que se supõem educadas e ilustradas, por que há muitas classes que se julgam ilu s tradas e nunca o foram!

O Sr. Eduardo de Sousa: — Por exemplo : j as que não s.abem ler nem escrever !...

O Orador:—Como mostrei o aumento de ordenados não ó o tal papão que V. Ex.as supõem...

O Sr. Eduardo cie Sousa 5 — Era uma papinha ! .,.

0 Orador :-<_-Papinha com='com' e='e' trabalhar='trabalhar' ganhar='ganhar' uma='uma' ir='ir' p='p' por='por' ex='ex' _3='_3' marreta='marreta' v.='v.' quere='quere' dia='dia'>

1 Olhe, Sr. Eduardo de Sousa, dou-lhe mesmo 4$ e vai trabalhar para a minha quinta, que é quanto estou pagando!

Risos,

Tratava-se, por conseguinte, dum pagamento justo e duma medida de economia e de tal modo que os seus resultados se produziram imediatamente nos Bairros Sociais.

Disso o lar. Ministro do Trabalho quo se Oíitú trabalhando om terrenos quo ainda não estão expropriados»