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Sesi&o de P ch Junho de

lação tam deficiente e inconveniente como ó a da Biblioteca Nacional de Lisboa.

Há muito que isto mesmo dizem homens eminentes na literatura e na sciên-cia, que têm tido necessidade do visitar a Biblioteca Nacional, para nos seus arquivos procederem a estudos de investigação histórica e outros.

Todos, una você, têm reconhecido que é uma vergonha para o país a instalação da Biblioteca de Lisboa no edifício actual, que era um antigo convento, sem condições absolutamente nenhumas para o fim que lhe destinaram.

É um edifício cujos compartimentos carecem de cubagem e de ventilação sufi-cientes e cuja disposição, divisões, etc., são tudo quanto há de mais inconveniente para uma Biblioteca.

E note-se que é preciosíssimo o recheio bibliográfico desse rico depósito de livros.

Há aí espécies bibliográficas de grande variedade; e livros famosos, que são outras tantas fontes 'para estudo do nosso passado histórico; ora toda essa riqueza está mal defendida, acomodada e pessimamente instalada em semelhante local.

A Câmara deve reflectir sobre a importância e gravidade deste assunto.

Peço a atenção da Câmara para as minhas palavras.

Bem sei que não se trata de política partidária, mas duma outra política mais alta : de política nacional. (Apoiados}.

De política da cultura nacional, dessa alta e transcendente política, que deve prevalecer a toda a política de interesses mesquinhos; que deve solicitar mais fortemente as nossas atenções, porque são problemas tendentes a levantar o nosso nivel moral e a dignificar a nossa República, de modo a torná-la culta e respeitada no mundo.

Trata-se efectivamente, em última análise, de questões que s© ligam à difusão da cultura.

Mas para isso é necessário o culto do livro e a guarda religiosa dos documentos do passado, que encerram, com a notícia dos foitos heróicos da raça, os elementos da própria civilização . . .

Quem conhecer a orientação moderna dos estudos históricos, reconhecerá a necessidade, cada VGZ mais imperiosa, do compulsar ôosea documentos, do mana ser.r assas

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Assim se fará História e não histórias (Apoiados), como bastas vezes tem sucedido em Portugal.

j Nós não temos ainda uma história nacional l

Há. é certo, preciosas contribuições e alguns estudos definitivos a respeito da reconstituição do nosso passado histórico. Mas história completa e autêntica não a temos ainda.

,; Aparte Alexandre Herculano, Gama Barros, Costa Lobo e poucos outros, onde estão os nossos historiadores? Oliveira Martins? Oh! ele foi o menos historiador dê todos.,..

Temos muitas histórias, mas a história genuinamente portuguesa, a história do povo português não existe ainda.

Há crónicas de imperanteSj escritas sobre os degraus dos tronos por cortezãos, bastas vezes a soldo dos... biografados.

Por isso algumas dessas crónicas não servem, de modo algum, para outra cousa que não seja para atestar a subserviência de quem as escreveu.

Alexandre Herculano investigou muito, e bem, nos arquivos e nos cartórios da Nação, mas não viu tudo, nem tal pretensão teve.

Na Biblioteca do Lisboa existem documentos de valor político e diplomático que são, na opinião de historiadores notáveis, documentos Indispensáveis para a história. <íComo p='p' fendidos='fendidos' documentos='documentos' arrecadados='arrecadados' e='e' esses='esses' estão='estão' de-='de-'>

A Câmara sabe que na Biblioteca de Lisboa há livros raros que já estão atacados pela humidade e pelos -insectos bi-bliôfagos.

A campanha em favor do saneamento dessa biblioteca é jus-ta e oportuna. Mas eu direi que as causas dessa devastação não se limitam à perniciosa acção dos insectos em questão.

É lícito falar também da incúria e desleixo naquele estabelecimento do Estado.