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Diário da Câmara dos Deputados

Nestas condições, dou inteiramente o meu voto ao projecto do Sr. Nóbrega Quintal, e ao aditamento do Sr. Dias da Silva.

Sr. Presidente: actos como aquele que realizou Carvalho Araújo são actos que ilustram. Fui amigo de Carvalho Araújo, e tinha por ele muito respeito, não só pelas suas qualidades de valentia como pelas suas virtudes cívicas.

Assim, Sr. Presidente, eu entendo que é de toda a justiça, de um alto valor e de um guande patriotismo a consagração que o Parlamento faz a essa alta individualidade, pois pode dizer-se que Carvalho Araújo morreu to.ndo dedicado todo o seu valor à causa da Kepública.

Assim, Sr. Presidente c Srs. Deputados, eu entendo que a consagração que o Parlamento faz a Carvalho Araújo j á não é devida à proposta apresentada por um Deputado, membro de um partido político ou de um .grupo político; mas ao Parlamento da fiepública.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. António Granjo: — Sr. Presidente: Cavalho Araújo era de Trás-os-Montes o assim, Sr. Presidente, como transmontano que sou, não posso deixar de proferir algumas palavras, dando o meu voto ao projecto que se discute.

Diz-se, Sr. Presidente", que outros morreram em igualdade de circunstâncias, diz-se que outros têm direito à mesma pensão.

Sr. Presidente: o que eu vojo e que é pecha nossa nas discussões sobre estos assuntos regatear sempre o que a final estamos dispostos a fazer. (Apoiados).

Sejamos, Sr. Presidente,. pelo menos, nas palavras que proferimos e nas resoluções que tomamos, justos, atendendo à grandeza desses homens, ao que eles foram e aos sacrifícios que fizeram.

É facto, Sr. Presidente, que eu tive ocasião de ver morrer na Flandres muitos oficiais e praças do nosso exército que igualmente eram portugueses como Carvalho de Araújo; porém, temos de atender aos serviços por eles prestados e aos actos de heroísmo por eles praticados.

E a Câmara prestando esta homenagem não faz mais que executar a vontade do povo português. (Apoiados).

Por estas razões voto a proposta relativa à pensão a conceder à família de Carvalho de Araújo.

Vozes : — Muito bem. O orador não reviu.

O Sr. Eduardo de Sousa:—Sr. Presidente : já tive a honra .de declarar que votaria a urgência e disponsa do Eogi-mento para a proposta duma pensão à família do Carvalho Araújo apresentada pelo Sr. Nóbrega Quintal, e de tanto melhor grado assim voto quanto é certo ter eu aqui também redigida uma proposta com a mesma intenção.

Carvalho Araújo, Sr. Presidente, inscreveu na história da nossa intervenção na guerra uma página imorrodoura, e a qual, de per si só, bastaria para assinalar a brilhante .acção da nossa marinha durante Ôsse prolongado e sangrento conflito.

E o heróico feito de Carvalho Araújo nessa emergência em que ele gloriosamente'perdeu a vida bem poderia figurar sem desdouro a par dessas lendárias ca-tás^rofes que constituem as impressivas págmas uíi nOssa, história. trágiCO-iuãiíti-ma, tam intimamente ligada ao heróico período das nossas navegações e conquistas.

1 Todavia, Sr= Presidente, devo dizer que, votando se a proposta em discussão, a qual sobretudo visa a valer de momento à angustiosa situação económica em que ficou a família do heróico e malogrado oficial de marinha, não se me afigura que destarto fique por completo paga a dívida de gratidão contraída com a Pátria para com Carvalho Araújo. Cumpre que o nome dele fique dignamente perpetuado na memória da nossa marinha de guerra, não só como honra da classe dos nossos oficiais da armada, mas ainda como motivo de orgulho e glória para todos os nossos marinheiros.