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Diário da Câmara dos Deputados

O Orador:—Também direi que ó possível que uma ou outra Câmara tenha prevaricado.

Tenho recebido realmente dalguns concelhos a indicação da necessidade da criação de comissões, e em regra tenho aceitado as indicações que vêm dos administradores dos concelhos, e não estou a reparar como elas são constituídas.

E certo que muitas vezes não há indivíduos que se prestem a servir nessas comissões, porque se são honestos, o menos que lhes acontece é serem alcunhados de gatunos, só porque tratam de subsistên-cias.

Sr. Presidente: às vezes são os juizes, -os administradores dos concelhos, os governadores civis e os próprios comerciantes a levartar as maiores dificuldades, à espera que o Governo caia e as tabelas desapareçam.

Isto ó do todos os dias.

Com relação ao trigo, eu devo dizer que realmente recebi da Associação da Agricultura uma representação pela qual o trigo deve ser elevado a 312 réis.

Estou a estudar o caso, porque, como V. Ex.a sabe, a fixação do preço do trigo com números é muito fácil, e decerto não ignora que a quantidade de semente a lançar à terra, a quantidade de adubos, o preço das jornas, etc., variam muito do concelho para concelho, motivo porque há margem para todos.os cálculos.

Mas colocada a lavoura nesta situação de necessitar para este ano mais de $30, por cada quilograma de trigo, devo dizer que pela minha parte não tenciono alterar o preço.

O Parlamento resolverá o caso, tanto mais que a ele está afecta uma representação da moagem e da panificação que joga absolutamente com os preços dos trigos.

Se formos modificar um dos factores— ou o preço do trigo, ou a taxa da moagem ou a de panificação—isso será função de alteração do preço do pão ou de o Estado perder dinheiro.

Não sei se o aumento se liquidará nesta sessão legislativa, parecendo-me que ainda passará para a próxima.

Entendo que o problema deve ser encarado como da máxima importância e que se torna necessário proceder a um inquérito, para o qual não será preciso

muito tempo e resolver a questão que é complexa.

No Senado já me foi notificada uma interpelação do Sr. Jacinto Nunes.

Uma voz :—

$30?

O Orador:—Como já disse, é ao Parlamento e não ao Ministro que compete resolvê-lo.

O que eu garanto é que 'se estiver aqui — oxalá que não — e tiver do fazer .requisições, fá las-ei logo em seguida às colheitas, transportando para Lisboa o que for necessário para o seu consumo e deixando, ó claro, nos vários distritos de procedência o que para consumo dos mesmos for preciso.

Trava-se discussão entre o orador e o Sr. Aboim Inglês.

O Sr. Presidente:—«J V. Ex.a dá-me licença ?

O Orador:—Terminei, Sr. Presidente. O orador não reviu.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis):—Sr. Presidente : lia dias mandei para a Mesa uma nota de interpelação ao Sr. Ministro da Guerra, acerca da situação criada a vários oficiais médicos milicianos atingidos pela circular n.° 110, de S. Ex.a

O Sr. Ministro já Be deu por habilitado a responder-me e, portanto, peço a V. Ex.a a fineza de marcar, essa interpelação para ordem do dia duma das próximas sessões.

O Sr. Presidente: — A próxima sessão é amanhã, às 13 horas, sendo a seguinte a ordem dos trabalhos:

Antes da ordem do dia: Apreciação do decreto n.° 6:671, de 5 do corrente, e a de hoje.

Ordem do dia: