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Sessão de 29 de Junho de 1920

tendo apoio na opinião pública, procuram substituir esse elemento indispensável à vida dos partidos, pela acção violenta, tumultuaria e intolerante de certos grupos, adrede preparados para Osso fim. (Apoiados).

\ Ora aqui está, Sr. Presidente, em que é que nós não podemos estar do acordo!

Todavia, estamos do acordo quando se diz que é indispensável o saneamento onde quer que haja uni funcionário corrupto, onde quer que haja um funcionário, que tenha tido durante o período da insurreição monárquica entendimentos com os monárquicos. Eu entendo que esse funcionário não deve ter o diroito de servir a República, e eu fui precisamente acusado por esses .mesmos que nada fizeram nos seus Ministérios, limitando-se a proferir palavras e a não praticar actos; eu fui precisamente acusado de ser implacável no julgamento dos funcionários do meu Ministério que intervieram no movimento monárquico.

- Mas, Sr. Presidente, só por saneamento do funcionalismo se entende arrancar à força, por'meios violentos, .os funcionários dos seus lugares, para lá colocar amigos ou adeptos, e assim arranjar nova clientela, nós não queremos assim o saneamento. (Apoiados).

Sr. Presidente: V. Ex.a verifica, desta forma, pela discussão de ontem e pela discussão de 'hoje, que os elementos que apoiam o Governo estão inteiramente em .desacordo sobre os vários problemas.. .

Risos.

Eu reconheço a todos uma clarividência de séculos,, e só eu sou ferido de cegueira; e assim'eu insisto em dizer que este Governo, não tendo a confiança das grandes massas partidárias, não pode ter também a confiança do Parlamento, o que o melhor serviço, porventura, que Gle pode prestar à República é ainda o de condicionar a organização dum Governo que represente a opinião.republicana, que traduza a opinião nacional, e que seja capaz, pelas energias de que disponha, pelas forças que tenha ao seu serviço, do1 realizar a missão de reconstrução económica e financeira que se impõe. (Apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.

Os apartes não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

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O Sr. Dias da Silva: — Sr. Presidente: a sessão de ontem, como a sessão de ho-I je, tom sido, para mim, dum ensinamento profundo.

Eu estou quási convencido, depois do que ouvi não só aos leaders do Partido Liberal e do Partido Reconstituinte, como a vários outros republicanos, eu estou ! quási convencido que não vale a pena ser sincera e desinteressadamente amigo dês-te País.

Sr. Presidente: as conclusões a que se chegou, sobretudo aquelas conclusões a que chegou o Sr. António Granjo, são deveras interessantes.

Assim, o Sr. António Granjo começou por apresentar nma moção, cujos considerandos não são outra cousa que um programa do Governo. Mas temos mais: S. Ex.a fez, a propósito de qualquer dos Srs. Ministros que não são conhecidos parlamentarmente, os maiores elogios à sua competência, ao seu valor e saber. Depois disto há motivo para preguntar:

O Sr. António Granjo : — j Eu não estou de acordo com o Governo, nem declarei que o estava! Posso ter respeito pela sua competência, mas isso não impU-ca acordo com o seu programa.

O Orador: — Mas V. Ex.a está de acordo com a sua moção, e ela é, nada mais, nada menos, do que o programa do Governo. Mas temos mais: V.Ex.a salientou os dotes morais e intelectuais do sr. Prc-sidente do Ministério. Dessa íorma, não compreendo que depois destas afirmações o leader dum partido ataque o Governo, dizendo que ele não tem razão de estai-nas cadeiras do Poder (Apoiados). \ Eu não sei se o Sr. António Granjo julga que a opinião pública não tem ouvidos, não sabe ler e raciocinar!

Mal de nós se continuarmos a seguir aquela política que até hoje tenho presenciado.

Não se explica, por consequência, o critério do Sr. António Granjo.