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«cias da queda deste Governo que as correntes que entendem ser do seu dever votar contra ele deixarão de o fazer. Nenhumas ameaças que já se esboçam nos levarão a desistir da atitude que marcámos perante o Gabinete.

Não é ditador quem quere, e de ditadores está o País farto.

Nem tam pouco se admitem as cantatas habituais de que se porventura este •Governo cair, grandes perigos advirão ?para a sorte da República.

Não se diga que nalguns cérebros pode germinar a idea de que a República só pode ser defendida por certos republicanos, por essa consciência pública de opi-.nião de tabernas, a que se referiu o Sr. Ladislau Batalha.

O Sr. Ladislau Batalha: — Para fazerem a República V. Ex.a8 bajularam aqueles que agora desprezam.

O Orador: — Não há um monopólio dentro da opinião republicana. No Partido Republicano Liberal não se reconhecem .primícias para esse fim, nem se consente, •sem um protesto, que os outros dessas primícias se arroguem.

A República, Sr. Presidente, fez-se -quando os homens de pensamento e de acção que eram republicanos levaram à •consciência nacional a convicção'de que & proclamação da República era absolutamente indispensável para a salvação da nossa nacionalidade.

Decerto, Sr. Presidente, que a República teve de contar, para o seu triunfo, •com o sacrifício e com o apoio do povo inteiro; mas o que eu nego é que o povo inteiro, o povo republicano, seja constituído apenas por esses tais a que o Sr. Ladislau Batalha se referiu.

Esses tais têm a convicção de que os republicanos -são tam bons uns como os outros, porque são todos ladrões.

Nunca regime algum se pôde manter apoiado sobre uma tal base moral, apoia-•do sobre indivíduos pretensamente republicanos, cuja obra consiste sistematicamente na difamação da República e dos •seus homens.

Se é nessa opinião pública que se fundamenta a acção do actuaj Governo, se é •com esse apoio que o presente Ministério •conta governar, mal irá ao Governo, mas

Diário da Câmara dos Deputados

pior ainda à República, sendo necessário manter esses elementos dentro da ordem e fazer o devido saneamento.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — O que se torna necessário é fazer o saneamento do exército.

O Orador: — Eu desejaria bastante que V. Ex.a me explicasse o que é que entende por saneamento do exército.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis):—Eu digo a V. Ex.a : o saneamento do exército ó não permitir quo continuem nas fileiras todos esses elementos que entraram não só na revolta de Monsanto, como na do Norte.

O Orador:—Mas quais são esses elementos?

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Não posso indicar agora os nomes, v

O Sr. Cunha Liai: — São todos aqueles que entraram nas revoltas de Monsanto e do Norte, e que foram julgados poios tribunais.

O Orador: — Eu, Sr. Presidente, devo declarar a V. Ex.a e à Câmara que a esse respeito tenho uma opinião muito minha, e é de que se se trata de sanear o exército retirando de lá todos os elementos que entraram nas revoltas de Monsanto e do Norte, estou plenamente de acordo com isso, e creio que não há ninguém que não esteja também de acordo.