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•Sc*MO'de 29 de Junho? de

nos no actual momento, o 'desbordamento das paixOes, que dentro doesta -Assemblea transparecem sob o .aspecto -da defesa 'maito particular das várias nuances partidárias.

Há em Portugal, e 'dentro do Parlamento, apon-as dois partidos : o Partido Socialista e o Partido Republicano.

O Sr. Hermano de Medeiros:-— £ V. Ex.a fez a fusão por sua conta?. . .

O Orador: — Não ' senhor, está feita; resulta da observação. Emquanto todos os elementos republicanos tiveram um ideal definido, o. de destruir a- monarquia e implantar a República, 'esses elementos trabalharam unísonos e uniformes. Atingido o ideal, que era fácil, viável e -se apro-pinquava com o- evolucionar das correntes da ideologia social, logo -se dividiram.

As dissidências latentes, n'ão podendo mais conter-se, fizeram a -sua natural explosão; >scmdiram-se .em evolucionistas, unionistas e democráticos. Donde resultou a scisão-? .da divergência de método-? da posse de novos ideais? .

Não, Sr. Presidente; esta primeira scisão teve por origem e fundamento apenas .as rivalidades, -e também, • porque não o diremos? as ambições.

Por aqui, porém, .não se ficou. Não tardou que surgissem -no vás -arrumações, às quais outras e -outras se sucederam, formando grupos-e grupelhos, sem- objectivo aem destino definido, ;a não ser o da conquista de pastas e de postas.

E neste destruir de energias, neste vilipendiar de consciências, -já a opinião pública, num 'desvairamento consequente díis determinantes que o geram, -acusa uns e outros, opa justa, ora injustamente,

O que é. facto, Sr. Presidente, é que se -diz à boca pequena que, infelizmente, to-ójos -são a mesma cousa ; a consciência pública, no seu tribunal -simplista, propaga que todos são ladrões.

O ST. -António •.Graqjo: — £V. Ex.a- pode-me dizer o que é queeatendepor^ons--ciência pública?

O 'Oráctor: —'Eu devo deèferar-a^V. Exí* que não sou eu que o digo, poi*êm, ,à*vox populi colhe-se nos centros mais frequentados, nos cafés,-nos casinos, em-várias associações de classe e até em tabernas.

Eepito, n'ão sou -eu que o digo, pois não tenho em absoluto essa opinião.

O Sr. António Granjo: — Que isso seja dito nas associações de classe e nos jornais, -pouco me importa, porém, que -se diga no Parlamento, é que não posso concordar e contra isso é que eu protesto.

O Orador:—Trescittar a consciência pública, ó orientar-para a escolha'dos melhores caminhos a seguir em política.

Há em Inglaterra dois grandes partidos: um liberal e outro conservador,; um alfandegário e o outro livre-cambista; ambos austeros de princípios, rígidos, •respeitáveis, recrutados no que na Ingla-I terra existe de mais nobre, mais digno, mais ilustrado e mais austero. Um chama-se o Partido dos Whighs e outro o dos Tories.

. Pois tenho o desgosto de informar que Whighs é um 'termo escossês que significa ladrões, e ladrões é o significado da palavra Tories ern irlandês.

E aqui tem V. Ex.a, Sr. Presidente, como a .filologia, que contêm sempre a interpretação psicológica dos povos, vqm em socorro do triste conceito que em todos os tempos, os desvarios da burguesia dominante têm motivado.

;Eu pessoalmente n:ão tenho tam má opinião, conforme já declarei à Câmara; :po-rêm, não posso deixar de traduzir o que, infelizmente, 'tenho ouvido dizer lá: fora, onde a consciência pública é surpreendida livre de convencionalismos.

O que digo, -Sr. Presidente, ^ que, se a irionaTquia andou nrál, -nós, os republicanas, tíão temos andado melhor.

O -Sr. António Granjo: — ^Entao 'V/Ex.'a é republicano-ou socialista?

O Orador: — Eu não posso deixar 'fito ser republicano, e ~se V. Ex:a ler -o programa do Partido Socialista, -verá -qwe o qe® s© 'desejai uma EsepúblicaSocialislao