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O tifo exantemático-é uma, doença tremenda e se lhe não acudirmos urgentemente, alastrará irremediavelmente por todo o país.

Eu emprazo, deste lugar, o Governo a tomar rapidamente as mais enérgicas providências, para que, a tempo, se possa prevenir um mal remediável que amanha, pode ser uma desgraça irremediável, i Mas 1:500 escudos para acudir'à epidemia da Covilhã é a maior das misérias!

O orador não reviu.

O Sr. Ministro 4o Trabalho (Costa Júnior):— Lastimo profundamente que o ilustre Deputado Sr. Hermano de Medeiros me não tivesse compreendido quando há pouco falei sobre o caso da Covilhã.

O que eu então disse, foi que logo que o Governo tomou conhecimento dos casos de epidemia do tifo exantemático nessa cidade encarregou o Sr. Ricardo Jorge, uma das mais altas e prestigiosas figuras da< medicina, de tomar as necessárias providências, tendo sido enviado a esse grande centro industrial o subdelegado de saúde de Castelo Branco, ao mesmo tempo que foram mandados para as primeiras necessidades, 1:500 escudos.

Se essa quantia não chegar, o Governo não hesitará, um só momento, em ir até onde as circunstâncias o exigirem.

Conhecendo o assunto como médico que sou, eu farei tudo quanto possa concorrer para bem da saúde pública.

Eu fiz serviço durante a pneumóníca, doença que em Portugal se generalizou rapidamente, dada a escassez de recursos para lhe fazer face. O Governo de então fez o que podia fazer dentro das possibilidades do Orçamento.

Agora, em presença do tifo exantemático, o Governo cumprirá também o seu dever, empregando todos os seus esforços para que ele seja, se não debelado, pelo menos localisado.

O orador não reviu.

Q Sr. germano de Medeiros : — Eu não pretendi, ao citar o caso da pneumóniça,. envolver quem quer que fosse. Apenas frisei o nosso moçlo de ser, a nossa anarquia mental, apontando um caso típico dos nossos costumes. Mais nada. O que se não pode concluir ó que eu pretendi beliscar a reputação merecida dó que goza

Diário d,a Câmara dos Deputado»

o altíssimo homem de sçiência que é o Sr. Ricardo Jorge; eu seria o primeiro a defendê-lo se acaso S. Ex.a aqui fosse atacado.

Feitas estas afirmações necessárias, eu espero que o Sr. Ministro do Trabalho, como médico que é e dos mais ilustres, saberá honrar o lugar que ocupa.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente declara aprovada a acta, estando presentes 76 Srs. Deputados.

O Sr. Presidente:—Está sobre a Mesa um pedido de urgência -e dispensa do Regimento para um projeeto apresentado pelos Srs. Vasco Borges e António Mantas. Como esse projecto implica um au monto de despesa e se não encontra presente o Sr. Ministro das Finanças para dar a sua opinião sobre ele, eu não posso submeter esse pedido à apreciação da Câmara.

O Sr. António Mantas:—Lamento que não esteja presente o Sr. Ministro das Finanças para se pronunciar sobre o projecto que se encontra na Mesa, porquanto se trata dum caso urgentíssimo, qual seja o do acudir às populações dalgumas localidades do concelho da Guarda, que se encontram numa situação verdadeiramente aflitiva:

Se o projecto não for votado, dentro de pouco tempo eu não sei o que pudera suceder a essa pobre gente.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Trabalho (Costa Júnior):— Eu posso informar o Sr. António Mantas, de que o Governo já tem conhecimento dos casos ocorridos no concelho da Guarda, para fazer face ao? quais já foram tomadas as devidas providências.

O Sr. Ja,ime de Sousa: — JCm nomo da comissão de colónias, mando para a Mesa o parecer n,° 494.

O Sr. Ferreira da Rocha:—Requeiro que a ordem do dia seja alterada, no sentido de se continuar a discussão, na primeira parte da ordem, do projecto sobre a construção -do Caminho de Ferro do Benguela, visto quo, numa hora, nada podamos fazer, discutindo o orçamento do Ministério do Comércio.