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Diário da Gamara dos Deputados

gola, 8le haveria de lutar com grandes dificuldades; mas nínguOm pode tambôm duvidar que se a construção não se fizesse por uma companhia, mas pelo Estado, os resultados seriam sempre os mesmos.

Os caminhos de ferro devem, realmente, pertencer ao Estado, para que o Estado, Ole próprio, não já somente como uma exploração lucrativa, mas como um serviço do próprio Estado, possa ter aquelas tarifas reduzidas, perante as quais o transporte dos produtos pobres seja fácil e possível. Como o Estado, porém, os não pode construir, as iniciativas particulares que os construam, mas o fim natural desses caminhos de ferro, corno o fim de todos os caminhos de ferro que atravessarem regiões novas, há-de ser o resgate pelo Estado. (Apoiados}.

O Sr. Amaral Reis: — ^V. Ex.a (Járme licença?

Eu folgo de ouvir essa declaração, porque uma das cousas que não compreendi até hoje, ó que depois de empregar todos os esforços para o Estado tomar posse da Companhia de Ambaca, ande quási toda a gente à volta desse caminho de ferrp para o fazer passar para uma outra companhia. (Apoiados).

O Orador: — Incidentemente, aproveitando o aparte de V. Ex.a, eu direi que não julgo possível que o Estado se lance a fazer caminhos de ferro em regiões cujas condições de trabalho não sejam facilmente conhecidas; prefiro que o E.sta-do procure o ernprõgo de actividades particulares, ficando como que p fiscal, mas- quanto à exploração ó que eu acho que só o Estado tomando desta conta poderá conseguir as tarifas pequenas para os produtos pobres da região.

O vSr. Amaral Reis: — &V. Ex.a dá-me licença ?

Informo V. Ex.a de que com novos ramais do caminho de ferro se conseguiu o encurtamento de 92 quilómetros pó de Ambaca.

O Orador-—Isto é uma consequência da garantia de juro .. . (Apoiados}.

Mas ainda referindo-me a Katanga, e reconhecendo tambôm que ela não ó aquela

fonte de receita, de minério, de ouro, capaz de inundar o mundo, não posso deixar de reconhecer também que lá existe alguma cousa, e que o minério de Ka-tanga há-de ser no futuro uma riqueza importantíssima para; p movimento mundial.

Já na situação presente não podemos esquecer que essas minas estão produzindo perto de trinta mil toneladas de cobre e quando se chega a uma tal produção pode-se julgar bem como ela aumentará.

Não podemos tambôm supor que Ka-tanga é uma região que tenha aparecido do repente no seu desenvolvimento, e riqueza; mas o que é certo é que ela não tem sido aproveitada, pois nem acesso económico tem tido.

Já antes os exploradores do último século tinham mostrado a importância desta região e o que também haveria de conveniente no desenvolvimento económico dessa região para todos que necessitassem dos seus produtos, e foi por isso que outros caminhos do íerro, antes desse a que me estou referindo, foram traçados.

A Câmara sabe certamente que foi por isso que o próprio caminho de ferro da Rodésia procurou alcançar aKatanga.

A Câmara sabe que a própria Bélgica, pelo seu Governo, procurou peln rio Zaire desviar todos os produtos de Katanga.

Quando Williams veio a Portugal procurar alcançar. a concessão do caminho de ferro referido já outros se haviam querido lançar nassa empresa.

O Governo Belga procurou fazer a construção de linhas férreas que atravessassem aquelas regiões.

Foi nessa ocasião que o Sr. Williams alcançou a concessão dessa linha.

Está feito um contrato para o aproveitamento dessa linha, e desse contrato re-sujta que o Caminho de Ferro de Benguela será o caminho de ferro de maior extensão daquelas regiões.

O que tem maior extensão quilométrica é o Caminho de Ferro de Benguela. Sendo assim, o Caminho do Ferro de Benguela ficará com a maipr soma de receita.

O Sr. Presidente: — £V. Ex.a dá-me licença?