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Sessão de 21 de Julho de 1920

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lado e eu tenho sérias apreensões sobre a -escolha dos homens de que convêm lançar mão para os colocar à fronte dos destinos das nossas colónias, que porventura, requerem altos comissários. Digo, porventura, porque ainda não estou convencido da sua criação; sou fácil do convencer, mas não do vencer, e até esto momento ainda não me convenci do quo com as cartas orgânicas na mão e com os organismos que as cartas orgânicas concedem, os governadores, desde que sojam •competentes, não possam administrar as ff colónias de modo a que estas progridam com. segurança.

Quero reivindicar para o Partido Republicano Portuguôs a honra de ter iniciado a discussão, nesta Câmara, das bases das •cartas orgânicas. Foi isto em 19.10, e até agora as cartas orgânicas tem passado .uma vida cheia de vicissitudes, fuzondo--se-lhes uma verdadeira sabotage. A estas horas já devíamos saber o que nelas havia a alterar ou a corrigir. Mas os próprios governadores são os primeiros a cles-conhecO-las.

Isto é deplorável e, se V. Ex.a procurar no seu Ministério, encontra bastos exemplos do que afirmo.

V. Ex.a como distinto colonial que é sabe muito bem que muitas das nossas colónias se encontram em estado vicissitudinário o que é necessário resolver a questão financeira e económica. Elas tom hoje mais do que nunca recursos para viver. Os antigos pobres são hoje considerados ricos.

A crise alimentícia da Europa cada vez mais se há-do acentuar e, conseqiiente-mente, maior há-do ser a crise da metrópole; portanto; irnpõo-se que as colónias concorram para a metrópole com aquilo •quo possam.

V. Ex.a sabe o grito de alarme e do protesto que soou em Angola quando o ilustre governador daquela província, procurou diminuir a dotação daquela colónia, •decretando medidas tendentes a aumentar a receita.

Ouvi dizer quo os comerciantes c industriais tinham anuído'a essas medidas, mas tambõm ouvi dizer que depois se levantaram em grita contra elas. Eu sei quo ôlos podem e devem pagar mais.

Depois disto, tal como acontece à metrópole quo não tt?m direito de recorrer ao crédito estrangeiro sem que primoiro

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provemos que estamos fazendo uma política de economia, assim também as colónias não têm o direito de contar com a metrópole para caucionar os seus empréstimos, sem que primeiro equilibrem os seus orçamentos.

..IAI confio muito do V. Ex.a como todos os homens de boa fé o bons intentos, mas acautele-se V. Ex.a com aqueles parasitários que no sou gabinete o hão-de cercar. Se V. Ex.a quiser cortar a direito, terá de se fechar no sou gabinete apenas cercado do homens de bons intuitos, se o não fizer, por maior que seja a sua coragem, V. Ex.a não vai ao fim.

Siga V. Ex.a com cuidado e interesso as razões do quo afirmo, pois nós não podemos continuar assim, faltar-nos há a autoridade para pedir dinheiro aos contribuintes para equilibrar o orçamento.

Se o Ministro não tiver coragem, então quo saia.

Sob o ponto de vista das subsistências, direi a V. Ex.a que não dará um passo se não equilibrar os interesses nus com os outros, os interesses do produtor com os interesses do consumidor.

V. Ex.a compreende que não se podem tabelar géneros por preços inferiores àquele quo pode ser, assim eles fogem do mercado e só um ou outro cidadão que deseja produzir se sujeita a multas pesadas o vis.

Sr. Presidente: isto íoi apenas umas ligeiras considerações quo fiz. Termino como comecei; desejo a V. Ex.as uma longa vida, dizendo-lhes que terão da nossa parto todo o auxílio 0 cooperação que deve haver entre bons republicanos e bons cidadãos. Tenho dito.

O discurso, na íntegra, será publicado, reristo pelo orador, quando houver devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. Afonso de Macedo: — Sr. Presidente : as minhas primeiras palavras de saudação são dirigidas ao Sr. Presidente do Ministério e meu querido amigo Sr. António Granjo; e não só a S. Ex.a como a todo o Ministério de que é ilustre 7)resideute, por ver naquelas bancadas homens que se têm batido pela Eepúbli-ca em horas de perigo.