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Diário da Câmara dos Deputados

mente para responder às considerações que .acaba de fazer o Sr. Francisco José Pereira.

Efectivamente uma das primeiras comissões que recebi, ao tomar conta do Governo, foi a do pessoal da Imprensa Nacional.

Estou de acordo com S. Ex.a cm que esse pessoal está realmente mal pago, quanto é certo que o dever do Estado era o de fazer da Imprensa Nacional uma escola em que o seu pessoal fosse tam bem pago ou ainda melhor que o das casas particulares. Não se tem, porém, feito isso e, agora, não sei se será possível fazê-lo dadas as circunstâncias precárias em quo se encontra o Tesouro Público. No emtanto procurarei melhorar quanto possível a sorte desse pessoal.

Esta questão da greve tipográfica da Imprensa Nacional tem mesmo um aspecto bastante grave. O Diário do Governo tem sido publicado na imprensa militar com tal irregularidade o imperfeição que o próprio movimento judiciário já tem sido grandemente prejudicado. Para remediar este e outros inconvenientes não menos importantes, dos quais nenhuma culpa têm os respectivos interessados, inconvenientes do que podem resultar graves prejuízos, eu mandarei amanhã para a Mesa uma proposta de lei para a qual tenciono pedir urgência e dispensa do Regimento.

O orador não reviu.

É aprovada a acta sem discussão.

São lidos os seguintes pedidos de licenças que são concedidas:

Pedidos de licença

Do Sr. Tomás de Sousa Rosa, dez dias.

Do Sr. Díogo Pacheco de Amorim, vinte dias.

Do Sr. João Estêvão Águas, dois dias.

Do Sr. Plínio Silva, no dia 21 do corrente.

Para a Secretaria.

Concedidas.

Comunique-se.

Para a comissão de infracções ç faltas.

Última redacção

Projecto de lei n.° 634

Que estabelece que nos crimes em que a instrução do processo se faça a reque-

rimento do delinquente, a prisão deste só tenha lugar por efeito da sua condenação.

Dispensada a leitura da última redacção.

Remeta-se ao Senado. •

Entra-se na

ORDEM DO DIA

Prosseguimento do debate político

O Sr. Paiva Gomes: — Cabendo-me falar em nome do Partido Republicano Português, eu faço-o, Sr. Presidente, livremente e sem constrangimento, porque à frente do actual Gabinete se encontra um republicano de sempre, com um passado quo muito o honra e que se pode colocar ao lado dos mais ilustres e prestimosos homens da República, dum republicano cuja honorabilidade ó para nós segura garantia de que a defesa, e uma defesa inteligente da República, será feita sem desfalecimentos nem transigôncias.

A crise foi longa, a crise arrastou-se demasiado, causando, como causou, apreensões a muitos; a crise foi d olorosa para todos, especialmente para nós, membros do Partido Republicano Português, e digo para nós especialmente, porquanto é legítima a surpresa que tivemos ao presenciar a queda dum Governo sem quo previamente se escolhesse o que' o havia de substituir.

Evidentemente que o Governo não pode ser feudo de nenhum Partido, mas o que é preciso é que, cada vez que nos ameace a possibilidade duma crise, estejamos preparados por forma a que, quando ela se dê, uma nova combinação lhe suceda... Mas, sendo assim arrastada a crise, não seria mau também verificar a quem esse facto mais se deve.

Pelos palavras que há pouco pronunciei, intuitivo é concluir que, seria lógico que, reunidos determinados votos para derrubar um Governo, esses mesmos votos se reunissem para o reconstruir.

Isto ó lógico e parlamentar.