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Sés ião de 4 de AI, o, Io de 192)

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de baixa política, a desacreditá-las. Tenho notado que no decorrer desta discussão só dum grupo parlamentar composto de seis Deputados têm falado três. Se todos os partidos seguissem este critério, arrastaríamos as discussões indefinidamente sem só chegar a- uma conclusão senão ao cabo de 50 ou GO sessões.

Velho parlamentar, cn nunca fiz oposição sistemática o facciosa. A minoria socialista tem procedido por igual forma, e tanto assim que quando se organizou o Ministério do Sr. Sá Cardoso ela estava disposta a colocar-se numa plataforma em que todos os partidos se entendessem c unissem para a resolução dos problemas nacionais.

Pois a minoria que afirmou isso nessa ocasião tem hoje 'ocasião de o afirmar mais uma voz.

Não há aqui nenhum grupo ua Câmara que não tenha p°ôsto em destaque a situação melindrosa, sob o ponto do vista económico e financeiro, que o País atravessa. Logo se em 1914-1910 se fez ama União Sagrada para pôr em lugar seguro a autonomia o a independência desta Nação, porque é que não só faz agora uma união sagrada ou de qualquer outro nome, de que façam parte todos os amantes da República, para a defenderem, bem como à Pátria? (Apoiados}. Mas eu noto, e' com tristeza o digo, sem nenhum rancor partidário, nem egoísmo, que o que aqui há não ó amor à República, nom à Pátria, permita-se-me esta franqueza, porque eu não quero incompatibilizar-mo com nenhum partido, nem com nenhum parlamentar — mas o que aqui há ó o desejo de ter representantes no Poder, ou ter preponderância no Poder.

i

Vozes: — Não apoiado. j

O Sr. Ladislau Batalha: — Nem todos l pensam assim! j

O Orador: — Eu agradeço mesmo os j não apoiados, porque eles mesmo confirmam a razão que me assiste.

Sr. Presidente: eu desejava gastar o j monos tempo possível à Câmara com as j minhas considerações, mas já que a dis- í cussão tem sido longa, longa em demasia não o será por eu lhe tomar rnais uns mi- ',

nutos, a fim de discutir, em si próprio, o problema das subsistôncias.

Sr. Presidente: na situação quo atravessa, o nosso país em particular, e pode dizer-se o mundo em geral, uma cousa se apresenta a nossos olhos. Nós temos que ver se para transformar a civilização mundial, convirá que se deite, desde já e no momento actual, todas" as instituições existentes abaixo.

Então, se se partir da hipótese que, de facto, uma demolição completa, política e social, é de aconselhar, porque há materiais e planos para constituir uma sociedade nova mais perfeita, eu dou plenamente o meu voto para que se faça uma revolução como na Rússia; e nesse caso o critério será deixar cair tudo o mais desastradamente possível, para se produzir uma revolução social corno na Rússia.

Mas eu entendo que esse critério não se pode estabelecer no nosso país. Com tristeza o digo, não há nas nossas popu • lações um juízo definido sobre o quo será a sociedade portuguesa no dia seguinte, àquele em que se desse uma catástrofe como na Rússia. E não haverá possibilidade neste país do estabelecer um regime social mais perfeito do que o actual, no caso da Rússia, porque na Rússia havia um juízo formado sobro o regime a dar a propriedade, há muitas centenas do anos, -e em Portugal isto é trivial, sabem V. Ex.as muito bem, não há juízo formado sobre o quo poderá fazer^se, quanto à propriedade, no dia seguinte a uma revolução social. (Apoiados e não apoiados}.

•Infelizmente, eu já conheço a situação desfavorável no meu país, há um bom píir de anos!

E aquela fórmula, de que muitos usam, «o pior será o melhor», eu oponho a seguinte; f quanto mais depressa se dissipar a crise quo atravessamos tanto melhor».

Parece-me que toda a Câmara aceitará esta fórmula, como a mais consentânea com os interesses da nação. (Apoiados}.