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Vozes: — Não diga isso.

O Orador;—Digo. E isso vê-so aqui na Câmara: um grupo de indivíduos não deixa qne ela funcione regularmente. Pior é no público, em que cada um tem a sua maneira de negociar, que o Estado não pode impedir,

Entendo que para um bom tabelamento dos géneros há a necessidade ^le que todos vejam as coisas como são, sem ódios a classes ou a indivíduos.

Haja em vista o que sucedeu no Porto com o carvão vegetal. Ali só gastam desse carvão os alfaiates, as costureiras e as cngomadeirus.

Logo qne a tabela estíibcleceu o preço . de $04,0 cada quilograma, quando se sabia quo não podia ser vendido a tal preço, todo o público foi comprar o carvão que havia e- que em breve desapareceu. Foi para os que com tudo especulam e não para os quo efectivamente dele necessitavam .

O mesmo se dá com outros géneros.

E preciso notar que os preços "têm de ser estabelecidos nas diversas regiões produtoras.

Assim, Sr. Presidente, como opinião pessoal devo dizer qne o mercado deA-e ser o mais livre possível, e a acção do Estado reduzir-se ao mínimo possível.

E, Sr. Presidente, produzidas estas considerações que tinha desejo de fazer, para revelar à, Câmara o meu modo de ver pessoal, que é do re'sto, o modo do ver dos socialistas do norte, eu vou ter minar, pedindo ao Sr. Presidente do Mi nistério que, se for possível acudir a, situação desgraçada em que se encontra o País, fazendo poucas leis e determinando boas providências, prestará um bom serviço ao País e à República. Igualmente devo declarar que seja quem for quo esteja sentado naquelas cadeiras, eu darei o meu apoio quando for merecido, negando--Iho, no emtanto, quando veja que as providências adoptadas não resoÍA'om a situação.

Tenho dito.

Os apartes, intercalados no discurso, não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

O Sr. Sampaio e Maia (para um requerimento):— Requeiro a V. Ex.a se digne

Diário da Câmara dos Depuladts

consultar a Câmara sobre se consente que esta proposta continue a ser discutida, com prejuízo da segunda parte da ordem do dia, e que seja prorrogada a sessão até ela ser votada. •

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis) (sobre o modo de votar}: — Sr. Presidente: pedi a palavra para requerer a V. Ex.a no sentido de o requerimento do Sr. Sampaio e Maia ser desdobrado em duas partes:

l.:l A continuação'da discussão da proposta com prejuízo da segunda parte da ordem do dia;

2.a A prorrogação da sessão.

Posto à votação foi aprovado o requerimento do Sr. Manuel José da Sllra (Oliveira 'de Azeméis), bem co7no o do Sr. Sampaio e Mata. nas suas duas partes.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis):—llequeiro a contraprova e invoco o § 2.° do artigo 116.°

Feita a contraprova ver>f,cou-se estarem de pé 10 Srs. Deputados e sentados 41, sendo portanto aprovado.

O Sr. Dias da Silva : — Sr. Presidente: vou ser muito breve, mesmo para ver se consigo não figurar 110 número daqueles que querem protelar a solução dos vários problemas que é necessário resolver; e se falo, é porque desejo que o Sr. Presidente do Ministério esclareça o que pretende com as suas propostas.

Sr. Presidente: infelizmente no País a questão das subsistência s tem andado aos baldões da sorte; ora estabelecendo o regime do tabelamento, ora o do comércio livre,

E assim, nós temos vindo assistindo ao seguinte: há ministros que têm defendido o princípio do tabelamento, baseando-se erradamente no critério de que os salários se devem manter numa baixa injustificável, como sucedeu com o GoA'ôrno presidido pelo falecido Sr. coronel Baptista.

Este mesmo critério seguiu o Governo presidido pelo Sr. Sá Cardoso, isto é, o critério da liberdade do comércio, esmagando por outro lado as reivindicações operárias absolutamente justas e legítimas.