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SessSo de 4 de Agosto de H. 20

cios por falta de cambiais, mas acudiu-se aos Bancos com cambiais para salvar-lhes a situação.

O Sr. Raul Tamagnini: — i Ts ;o foi no Governo Rego Chaves!

O Orador: — É muito grave a espocala-ção da Rua dos Capelistas.

Há uma casa comercial que tem 4:000 contos de géneros alimentícios arrecada dos.

O Sr. Manuel Fragoso: — Chamo a atenção do Sr. Ministro da Agricultura.

O Sr. Ladislau Batalha: — j & E esse comerciante ainda mio está na cadeia ?!

Ò Orador: — O Sr. Ministro da Agricultura não precisa ouvir-me; S. Ex.a tem no seu Ministério quem lho diga.

Quando estive no Ministério toda a gente me dizia que tabelasse os géneros, e eu fi-lo na hora própria, como o devia fazer, isto é, na colheita, na origem.

Eu fui fixar o preço do azeito e do ar-roz? diminuindo a margem de lucros que tinham, e foi essa a razão que levou a dizer o Sr. Presidente do Ministério que eu ia baratear a vida em 30 ou 40 por cento. ~ Eu dei 32 por cento no arroz, e era já boa margem.

apartes.

Mas pás saram-só dias e agora, com o que vou dizer, respondo ao Deputado pelo Porto, o Sr. Manuel José da Silva, quando disse que a minha gerência tinha sido funesta.

Num determinado dia tolefonou-me o Sr. Presidente do Ministério, dizendo-me que a 'polícia de segurança do Estado lhe afirmava que em certo dia rebentava a revolução porque não se fazia o barateamento dos géneros, dizendo-se que o Governo era incapaz de o conseguir.

Respondi que tivessem serenidade, e está aqui o Sr. Vasco Borges que, só fosse necessário, poderia confirmar as minhas palavras.

Palavras do alguém mais altamente colocado chegaram nesse sentido até mim, e, pela minha polícia particular, eu tive mais completas informações.

Mantive sempre a serenidade, c nessa noite entrava no meu gabinete, às 11 horas, uma comissão de operários que vi-

nhã pedir-me que o GovCrno os aceitasse nas obras do Estado, recebendo o salário do 5$, dando em troca, por empreitada, as obras do Estado, que sairiam mais baratas, visto que doutro modo custariam mais 50 por cento.

Disse-lhes que estava tudo corto, mas que era necessário que voltassem às obras sem aumento de salários.

Apartes.

Disse-lhes que estabeleceria às empreitadas.

Apartes.

No dia seguinte, quarta-feira, recebi telefonemas de várias partes, que os comités estavam reunidos c que a revolução era para essa noite.

Tomei a resolução de mandar publicar a notícia de que o Ministro da Agricultura levaria à assinatura o decreto barateando os géneros e tabelando-os.

Deram-se estes factos, e eu tabelei as batatas.

Tinha aparecido no meu gabinete td-guêm oferecéndo-mo batata ao preço de $20, e eu não o deixei sair do gabinete sem que a vendesse a menor preço.

Apareceram nos mercados batatas- ao preço de $22, e esses letreiros foram arrancados com a ameaça de que os vendedores seriam liquidados se o preço não baixasse, porque estavam fazendo uma exploração.

Não deu resultado, porquanto nessa tarde— V. Ex.a lembra se — o Rossio esteve em estado de sítio, porque havia o propósito firme de não consentir que o Governo fixasse o preço dos géneros, simplesmente para terem o pretexto do virem reclamar mais aumento de salário. Isto está averiguado, porque a organiza cão da anarquia em Portugal tem no seu programa que, à medida que a República for concedendo todas as reivindicações possíveis, só levante por parte dessa gente a maior oposição à realização dessas reivindicações.

Haja vista que as maiores dificuldades até hoje levantadas aos Seguros Sociais têm sido por parte dos agitadores das classes operárias.