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Sessão de-4 de Agosto de Í920

'Preguntaram-lhe:

^j Então V. Ex.a tendo-lhe sido apreendidas -41 cabeças de gado, está assim tam satisfeito?!

jHombre, perdi 41 cabeças, para salvar J :500 !

Tiuha ele atirado com as 41 cabeças para os lados onde estava- a guarda fiscal, einquauto a alguns quilómetros fazia passar para Espanha as 1:500.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo):— Issro é evidentemente uma espanholada.

O Orador:—E preciso que V. Ex.a saiba.que só um dos concelhos raianos produz 6:000 porcos, que se podem transportar de um para outro lado da fronteira em meia hora ou pouco mais.

è Em Beja, substituindo-se o presidente do celeiro, quem ficava?

Um indivíduo que é administrador, vi-ce-presidente do celeiro, lavrador e moageiro.

Uma voz:—Tinha todos os requisitos. . .

O Orador:—Mas há mais, e levaria muitas horas a contar casos idênticos.

Numa terra raiana, por exemplo, terra que é um dos principais centros produtores de azeite, o manifesto deste artigo foi propositadamente mal feito.

Era ali administrador do concelho, e suponho que ainda o é, um-correio de ministros, contra o qual havia- na comarca um 'processo por uma fraude de açúcar, e de entro os vários lavradores e maiores produtores de azeite uni havia que desempenhava as funções de juiz substituto.

Quando se pretendia requisitar o azeite-—e isto consta de documentos das fiscais das subsistências — o juiz substituto e a família diziam que, se essa requisição se fizesse, andava o processo do açúcar p ar a-diante.

Não andou o processo do açúcar para diante e não se requisitou o azeite.

Eu demiti Oste funcionário, mas ele por sua vez, - logo que ine apanhou demissionário, liouve por bem encaixar-se de'novo no concelho.

O governador civil do distrito, quando eu mandava para ele qualquer telegrama

ordenando-lhe o cumprimento das leis, metia-se no comboio e vinha para Lisboa.

O Sr. José Monteiro:—O Sr. Governador civil de Boja, disse-me que não se sentia cora- autoridade para fazer requijsi-ções de trigo-, porque o Governo não lhe' mandava- os- necessários fundos para. o pagar.

O Orador: —Essa é a última éíope.

Consta isso de documentos que possuo, mas o caso sucedeu numa época em que eu não tinha trigo em Lisboa.

Requisitei-o então de Beja. ' Para-fugirem a essa requisição empregaram- todos os meios; ameaçaram com prisão os funcionários e até o próprio Ministro se lá fosse.

Argumentaram, então que não entregavam trigo senão contra dinheiro.

Ora a verdade ó que a minha ordem era no sentido de se requisitar o trigo para a moagem e era a moagem que o pagava.

Portanto aquela razão era unicamente para fugirem ao cumprimento da lei; Aris-to que não era o Governo o responsável pelo pagamento, mas' sim a moagem.

Isto foi em Maio.

Só o Sindicato de Serpa tinha nessa altura uns 500 a 600:000 quilogramas de trigo.

Dum relatório, feito dia a dia por um dos funcionários honestos do Ministério dos Abastecimentos, constam cousas interessantes.

Unia delas é o facto desse funcionário ter sido insultado pelo secretário do Sindicato- de- Serpa, que era funcionário licenciado do Ministério da Agricultura.

Mandei instaurar o respectivo processo disciplinar.

É de crer que não tivesse seguimento.

A minha acção enérgica, no Ministério, só terá servido para que digam, como dizem, que o Ricardo foi o pior Minisitro que houve.

O funcionário passou dura lugar para outro.

O director mandou instaurar-processo, e o único meio que tinba ora acabar com este prejuízo.

Isto é interessante.