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Sessão de 4 de Ayoslo de 1920

O Sr. Presidente do Ministério e Minis-ro da Agricultura (António Granjo): — jiV". Ex.a dá-me licença?

Nos primeiros dias ein que cheguei ao Ministério, foi-mc frita a denúncia de que •efectivamento se faziam embarques, e tomei as providências necessárias para conseguir fosse evitado esse descaminho.

O Orador: — Se assini é, devo V. Ex.a ter seguramente' conhecimento do facto.

V. Ex.a vai perder muitos milhares de contos, ou não arranja o adubo necessário; e só para o final da lavoura V. Ex.a se convencerá de que fatalmente há-de diminuir a sementeira, se mão for aquele altruísmo esboçado pela Associação da Agricultura.

Agora V. Ex.1"1 vai lutar com essa dificuldade. Só não tomar medidas e não trouxer ao Parlamento a necessária medida ou não conseguir que a lei do inquilinato soja aplicada à propriedade rústica como à urbana, V. Ex.a vai ter o Kibatojo sem semear trigo. As rendas no Alentejo estão a aumentar fabulosamento. Diz-se que a lavoura está em circunstâncias precárias.

Há propriedades que sobem" de oito contçs a dezasseis e dezoito.

,;IS possível que o lavrador assim lavre «a terra?

Se a lavoura se. tem desenvolvido, é porque os senhores da terra têm apenas entregue a terra a quem se obriga a lavrá-la.

N3,o se mete um ferro de charrua em terras quo davam mil hectares de trigo.

Não rendem nada.

Interrupção do Sr. Áboim Inglês.

O Orador : — Há efectivamente quem assim não faça; não'mo refiro a Csse homem.

Com o sen dinheiro, inteligência e faculdades de trabalho, tem trazido à agricultura muito dinheiro.

Mas, Sr. Presidente, c resumindo, eu •quero demonstrar à Câmara e ao País que não descurei o assunto na parte que só refere à agricultura. Se não pude 'realizar cousa nenhuma, ao Parlamento algumas medidas eu trouxo quo não puderam ser apreciadas.

Relativamente a abastecimentos, veja--mos o critério qu^ adoptei.

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Quanto ao azeite, em Outubro, no princípio da colheita, tinha sido decretada a liberdade de comércio, e cm Dezembro o Sr. Lima Alves, reconhecendo o erro que tinha praticado, pois o azeite passou a vender-se a 6$, 6$50, 7$, 9$, 105 e por aí adiante, nomeou uma comissão para o tabelar de novo, comissão de que faziam parte elementos da Associação Central de Agricultura Português?.

Protestaram todos contra o tabelamento e o Ministro, aceitando em princípio, não tabelou o azeite.

Começou a fazer-se a campanha contra a alta do azeite, que nada justificava, visto que não era possível barateá-lo pela concorrência, pois que, se se fosse importar, o câmbio desceria para 0.

Ó Sr. Dr. Eibeiro, muito honestamente, por isso que tinha vendido o seu azeite a 1$10, não o podia tabelar por menos.

Um aparte.

O Orador: — Não tendo eu tido o prazer de assistir à sessão em que recentemente o Sr. Presidente do Ministério pà-rece ter dado o seu apoio à revolta con tra o tabelamento, eu quero observar a S. Ex.a que essa revolta é injustificável.

£ Porque houve uma diferente tabela anterior ?

Esse foi o argumento dos estrangeiros, que me quiseram forçar a mão para levantar o tabelamento, o-que eu não fiz. apesar de todos os maus bocados por que tive de passar.

. Quando se faz uma lei, ela abranje todos, nacionais e estrangeiros.

Um aparte do Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis}.

O Orador:—Houve simplesmente um estrangeiro que se recusou a cumprir essas disposições; os outros, depois de várias reclamações, resolveram colaborar com o Governo.

É interessante ver agora o que fez o Ministro. • • .

Tabelei o azeite a, $70 e, tendo dado conhecimento desse meu intento a uma das criaturas que o tinham tabelado a 1$40, por ela me foi observado que esse preço era muito baixo.