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Sessão de 4 de Agosto de 19'20

dução do ano passado não foi inferior a 200 milhões de quilogramas, e, portanto, não havia, necessidade de importar no ano passado 160:000 quilogramas, assim como este ano não há necessidade de importar igual quantidade de trigo, se a lavoura então tivesse tido a mesma generosidade e altruísmo que este ano teve com o Sr. Presidente do Ministério, se ela fizer isso e arrepiar caminho, do que tem estado a fazer até há poucos dias, não precisaremos importar tanta quantidade de trigo.

Estou convencido de qno já não precisaremos importar os 360:000 quilogramas.

Portanto, se a lavoura entregasse todo o trigo que produz, com excepção do que lhe é necessário à sua sementeira e gastos de sua casa, o Governo não teria necessidade de importar nem sequer 150:000 milhões do quilogramas.

O Sr. Plínio ê Silva (interrompendo): — No almoço de Vila Franca o Sr. Presidente do Ministério declarou que havia reconhecido que neste momento já se tinha dado a circunstância de haver um ou outro indivíduo que, com prejuízo do País, tinha vendido trigo ao estrangeiro. Em virtude disso uma porção apreciável de trigo já havia atravessado a fronteira, indo para Espanha.

Seria bom que o Sr. Presidente do .Ministério aproveitasse esta oportunidade para dizer se procedeu contra esses indivíduos, que já deviam estar na cadeia, em virtude 'das afirmações concretas que se fizeram nesse almoço.

O Sr. Presidente do Ministério e jfflmis-tr-o. da Agricultura (António Granjo):— Soube desse facto, e por isso pedi aos administradores dos concelhos que me indicassem os nomes.

Aproveito a ocasião para dizer que o Governo, no dia em que teve conhecimento dos.nomes, imediatamente, entregou o caso à policia.

O GovGrno está no propósito, sempre que tenha as indispensáveis indicações, e não apenas suposições vagas, de proceder contra os acusados.

O Governo procederá implacávc-lmente contra o indivíduo que se disse ter açambarcado 4:000 contos de géneros alimentícios.

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O Orador: — Felicito-me com as disposições de V. Ex.a, que eram exactamente aquelas em que eu estava. Segundo dizem os jornais, há até um processo que desapareceu, e se eu quisesse contar cousas verdadeiramente edificantes, relativamente a advogados e a juizes, muito teria que dizer, mas... não lhe bulas, Madalena, se queres ter o apoio das forças vivas da Nação. (Risos).

,jMas porque não comprei eu mais trigo? Porque, tendo calculado, que a existência de trigo chegava até 30 de Agosto, e devendo a lavoura ter já nessa altura bastante trigo debulhado, o que se não fez à espera que o Sr. João Gonçalves publicasse o seu decreto sobre o preço desse cereal, eu entendi que. não havia necessidade de importar mais trigo..

O Sr. João Gonçalves: — Nu minha região já se estava debulhando muito trigo à data da publicação do meu decreto.

O Orador: — O que V. Ex.a não pode destruir é a minha afirmação de que da parte da lavoura havia o propósito firme, de não proceder às debulhas em quanto não fosse marcado o novo preço do trigo.

Mas vamos agora ver o grande esforço da lavoura, que tam agradecido tem o Sr. Presidente do Ministério. A lavoura pôs à disposição de S. Ex.a 1:000.000 de quilogramas de trigo, e ainda meia dúzia de vagões de farinha.

1:000.000 de quilogramas não chega. para. meia. dúzia de dias, pois V. Ex.a tem do fornecer, pelo menos,.2:200 sacqs por dia.

Estabelece-se discussão entre o orador, o Sr.- Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo) e Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis).