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Sessão de 4 de'A

O que eu sei é que o não tenho até Outubro.

Ninguém está a atribuir a V. Ex.a esse facto.

O Orador: — A única entidade que me poderia provocar a íilijar responsabilida-des é o Governo, e n3o as campanhas que lá por fora se fazem, porque com elas não me importo absolutamente' nada.

Apesar de tantos estadistas -que compõem o Parlamonto, eu verifico que os dois únicos homens que mais vaiados foram, sou eu e o Sr. Ministro das Finanças, Sr. Pina Lopes.

Disse-se que as suas propostas eram horríveis, que eram más, mas no erntan-to, elas serviram do base para o plano financeiro do Sr. António Maria da Silva, e serviram de base para o plano financeiro do actual Governo.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da'Agricultura (António Granjo)—: Eu já disse a V. Ex.a que amanha1 ou depois o Sr. Ministro das Finanças traria ao Parlamento, as propostas quo o Governo julga necessárias.

O Orador::—Mas são propostas transitórias, pois S. Ex.a disse que em Outubro faria a revisão das propostas que cs-íão afectas ao Parlamento.

Sr. Presidente: eu não tenho que me prjocupar com as afirmações feitas a respeito da minha acção ministerial, porque vejo que, em volta dela, boa ou má, quero crer que seja má; têm girado todos os meus sucessores.

Quero crer quo a situação se modificará a favor do V. Ex.a, não, porque tivesse chegado agora a sensibilidade à agricultura, nem tam pouco porque tenham confiança neste Governo; porque no dia orn que V. Ex.a começar a praticar actos, eles deixam logo do ter confiança om V. Ex.a, mas porque, receiando a repetição das horas amargas que tiveram em 4, 5 e 6 de Março, encheram-so um pouco de patriotismo e decidiram-se a dar auxílio.

E, portanto, de esperar quo eles lhe dêem toda a colaboração, e que V. Ex.a irá inundar o mercado de todos os géneros, encontrando todas as facilidades. Estou certo de que V. Ex.a irá proporcionar aos funcionários públicos uma situa-

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cão diferente daquela que têm- tido até ho jo, e como V. Ex.a disso em aparte, que se importava pouco com o aumento dos salários, estou convencido que desenvolverá uma grande acção para compensar a agricultura desse aumento.

E necessário que à volta de V. Ex.a se conjuguem todos os esforços dos funcionários e autoridades administrativas, porque, infelizmente, a verdade é esta, as classes produtoras põem geralmente acima dos interesses do País os sen s interesses particulares.

Agradeço muito reconhecido a benévola atenção que a Câmara mo dispensou, e peco-lhe desculpa do tempo que lho ocupei, certo de que ela reconhecerá a neccssi-i dade quo eu tinha de dizercstaspalavras.

Se não dou o meu apoio incondicional ao Governo, porque nunca o pedi também para o Governo de que fiz parte, desde já faço aqui a mais expressa declaração de que darei a V. Ex.a toda a minha colaboração, que é dosvaliosa sem dúvida, mas absolutamente disposta à contribuir para que V. Ex.a leve a bom termo as medidas quo são necessárias para salvar o País.

E necessário, neste momento angustioso que a Pátria atravessa, esquecermos as. nossas retaliações partidárias e política?, dando as mãos uns aos outros, estabelecendo um pacto indestrutível. (Muitos apoiados).

Critiquemos coiii lialdade os actos do Governo; não lhe.dêmos muito tempo do demora fora do Parlamento. Venha aqui o mais depressa que puder, traga a's medidas necessárias e poupemos o tempo, resgatando os erros do passado, que são graves.

Esses erros não são só nossos, deste Parlamento, mas de todos um Portugal, desde que rebentou a guerra.

Façamos este pacto e não passemos o tempo em oratórias a dizermos que vamos salvar a Pátria. Mostremos quo efectivamente essa salvação da Pátria o defesa da República não se fazem só com as armas de fogo na mão, mas também, e principalmente nesta conjuntura grave, com armas quo, • não dando tiros, antes podem evitar tiros. (Muitos apoiados*).

Tenho dito.

O orador foi multo cumprimentado.