O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

38

?im simples Deputado, tenha obrigação de apresentar medidas que devem constituir pontos de vista dum programa de Governo.

Isso compete ao. Governo que V. Ex.a apoia.

Eu, porém, posso afirmar a V. Ex.a que, se me- sentasse naquelas cadeiras, não teria a petulância de vir à Câmara, onde poderia encontrar amigos dedicados, mas também inimigos irreconciliáveis, para pedir uma autorização que não viesse devidamente fundamentada, e para isso, não teria mais do que ir beber às gran-. dês fontes, aos grandes mestres, os incentivos para assim proceder.

Há dias, para demonstrar a incoerência tantas vezes demonstrada pelo Sr. Presidente do Ministério, tive ocasião de pôr em foco algumas afirmações passadas de S. Ex.a, tirando delas a conclusão de que o seu procedimento não era .condicionado por essas afirmações.

Lembrei a atitude tomada pelo ilustre leader do Partido 'Liberal, a quando dum pedido do Sr. Rego Chaves, então Ministro das Finanças.

S. Ex.% entre muitas considerações interessantes que para não ulougar o de bate não vale a pena agora citar, fez ré ferências à latiíude das autorizações pedidas, e, no entanto, S. Ex.a agora vem pedir autorizações idênticas, ao abrigo das quais tudo se «pode fazer!

Sr. Presidente: o Sr. Júlio Martins poz em destaque duas questões importantes : a questão da ditadura de víveres e a •do problema das convenções, negociações ou tratados.

São estas questões que eu pretendo ainda pôr em foco.

Pretende fazer-se a ditadura de víveres, diz a imprensa, por uma delegacia da Associação Comercial e a convite do Sr. Presidente do Ministério.

Todos sabem que a convenção comercial com a França arrancou um movimento de protesto de norte a sul do País.

Pois a Associação Comercial de-Lisboa, fez exarar na acta das suas sessões um voto .de louvor ao indivíduo, que é estrangeiro, que ao abrigo dessa convenr ç. ao importava para Portugal alguns milhares de: automóveis.

Não me parece1, pois, que seja essa associação a. entidade mais própria para

Diàno da Câmara dos Deputado»

ser encarregada da solução do magno problema dos abastecimentos.

É muito grande a honorabilidade dó Sr. António Granjo, que o faz ser uma das forças morais deste País (Apoiados), mas não é ela capaz- de diluir-se por todos esses pequenos tentáculos, por fornia a garantirmo-nos da idoneidade que deve ter na acção que lhe querem confiar.

Sr. Presidente: vamos agora à- questão da convenção com a França.

Chegou ao meu conhecimento que essas decantadas forças vivas já fizeram\demar-clies perante o outro Governo, ô nSo sei se também perante o actual, no sentido de obterem a prorrogação do prazo marcado para a execução da convenção.

Foi exactamente ao abrigo duma autorização que se-pôs em execução a ruinosa convenção com* a França.

Demonstrei aqui, neste Parlamento — e fomos quási. todos de acordo nessa afirmação — que esse diploma tinha sido inconstitucional.

A Câmara votou até uma proposta, negando-lhe o seu assentimento.

Transitou para o Senado, e ele deixou que expirasse o prazo necessário para a s.ua apreciação, bèiu sõ ter pronunciado.

E contudo aqueles que colheram as benesses, talvez não fossem muitios, já fizeram demarches no sentido de conseguir-se a sua rejeição.

Eu estou convencido que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, actual, não irá fazer o mesmo, mas casos destes-precisam ser postos bem em foco para que o País os veja claramente e faça justiça àqueles que tostão aqui empregando o paleio, mas paleio para procurar remediar ou verberar erros-, contra os incompetentes que estão calados, sim, mas numa situação cómoda, que é prejudicialíssinia para o País. (Apoiados).

Aqui na nossa" acção parlamentar, temos vindo dia a dia, numa função esgo-tante de energias, mostrando ao País e e aos- Governos qual é o melhor procedimento. (Apoiados}.