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Diário da Câmara dos Deputados

olival como devo ser tratado, e não tomando em consideração o juro do capital terra, não podia o azeite ficar a.menos de $65.

Por consequência, estabelecendo eu o preço de $70, havia uma compensação razoável.

No Boletim da Associação da Agricultura, de Março de 1919, vêm os cálculos, feitos por um ilustre agricultor e antigo parlamentar.

Eu não aumentei para esse preço. •

A diferença de Janeiro de 191& para o ano de 1920, foi de 70 por conto.

Este artigo a que me venho referindo é do Sr. Ladislau Piçarra, que o assina.

Pelo preço que eu marquei para o arroz não há lavrador nenhum que seja capaz de afirmar que não fique bem pago assim.

O carvão foi fixado em $09.

Veio carvão para Lisboa como vieram outros géneros, até que se começou a profetizar a queda do Governo no Parlamento e fora dele.

Começou a faltar carvão, havendo, porém, em todas as estações do sul milhares de sacns de carvão.

Telegrafei ao governador civil de Évora para que fosse mandado carvão para Lisboa, porque de outro modo ele seria apreendido e não seria pago.

Mas disse o Sr. António Granjo que não havia carvão para mais de cinco ou seis meses, e à imprensa veio essa informação, dizendo-se que a responsabilidade era minha.

Houve sempre carvão vegetal e o anç foi bom.

Apartes.

Vamos ao trigo que é a parte mais importante.

Em Outubro de 1919 foi feita ao Governo a oferta de trigo a 192 por uma casa comercial e numa determinada quantidade.

Essa oferta foi como tantas outras,, um verdadeiro conto de vigário, digamos assim.

Mas emquanto se negociava essa pretendida oferta do trigo por esse preço, foi feita uma oferta da,moagem do norte de todo o trigo necessário para este ano, que seriam 100 milhões do. quilogra inas.

Não era fácil ao Governo comprar trigo em grandes quantidades porque não tinha dinheiro.

Apartes.

Não aceitámos essa oferta porque havisi outra mais barata. Assim o Estado perr deu trinta e tantos mil contos, pois tivemos de comprar o trigo a 760 xelins.

Aparte do Sr. Manuel José da Silvce (OUreira de'Azeméis).

O Orador:—V. Ex.;i sabe muito bem? que nós só tínhamos duas propostas, masque nenhuma delas tinha esse preço.

A organização que eu tinha deixado no-Ministério não foi seguida nem polo Sr-João Gonçalves nem pelo actual Sr. Ministro da Agricultura.

O Sr. João -Gonçalves:—Também não foi posta de parte.

Ó Orador: — ^Como é que o Sr. Ministro da Agricultura se encontrou no meu Ministério sem trigo?

Nós tínhamos deixado trigo até 30 de-Julho.

Em Janeiro eu vi que só tinha trigo até-Fevereiro, e por isso mo vi na contingência de comprar trigo a 610 xelins, que^ vinham em trcs barcos, e assim ficava havendo trigo até Agosto, mas não chegou até Agosto, porque o último barco não veio, em virtude da Argentina proibir a exportação.

Estão lá 8:000.000 quilogramas, ou" sejam 8:000 .toneladas, e nós, tendo tratado directamente com o Governo Argentino, tínhamos esperanças bem fundadas de que esse trigo viria. Não sói a razão* porque não veio esse trigo. Então estaria o Sr. Presidente do Ministério habilitado-com trigo até Agosto, e não precisava de mais, porque se comprar mais é porque-se deixou iludir pela especulação.

Não ,falp da colheita do trigo português, que esto ano não é inferior à do ano-passado.