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Sessão de 4 de Agosto de 1920

ram apresentadas, nada portanto se resolvendo sobre o assunto.

Eu tinha, Sr. Presidente, cousas muito interessantes, e perdõe-me a Câmara a minha imodéstia, para apresentar ap País, depois que fui estabelecer contacto com as chamadas forças vivas num célebre almoço em Vila Franca.

Mas desde que a Câmara entendeu no seu poder soberano, que me devia restringir um direito, qual é o de replicar ao Sr. Presidente do Ministério, direito de- que certamente me veria obrigado a usar; desde que a Câmara entendeu que devia terminar quanto antes com a discussão desta proposta, coartando-me o direito de replicar, se assim o entendesse necessário ; .desde que vi aprovado o requerimento do.Sr. Jacinto de Freitas, eu não podia fazer uso da palavra, tendo apenas a declarar que, não obstante considerar que seria do máximo interesse a discussão desta questão, visto eu não poder replicar ao Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura, desisto da palavra.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador,'quando o orador res-tituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe f oram enviadas.

O Sr. João Luís Ricardo: — Não tencionava entrar no debate desta proposta, porquanto sei bem -as agruras por que deve estar passando o Sr. Ministro da Agricultura, visto que tenho conhecimento exacto da hora difícil por que se;está passando, e já se passava há mês e -meio, • não podendo S. Êx.a proceder sobre matéria de subsistências sem que esta proposta seja aprovada.

Tencionava apenas entrar .na discussão .o apreciação dos decretos que S. Ex.!l publicasse, mas porque ontem o Sr. João Gonçalves, men velho amigo, se referiu à herança precária que recebeu, foi esta a única razão que me levou a pedir a palavra, e não a campanha, -rijamente de especulação política, que se tem feito, por vários processos, inclusivamente a respeito dum almfiço que se realizou em Vila Franca, almoço de que apenas tive conhecimento pelos jornais.

O Sr. Plínio e Silva (interrompendo): — Pode V. Ex.a fazor aso disto: nesse al-

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moço disse-se que V. Ex.a tinha sido uni verdadeiro criminoso, pela forma como tinha gerido a pasta da Agricultura.

O Orador: — Dizia eu, Sr. Presidente, que não ó meu propósito responder à especulação política q.ue se está fazendo em. volta do meu nome, especulação que atingiu o seu ponto culminante 'no já célebre-almoço de Vila Franca, em que fui principalmente atacado por um dos principais agentes da moagem, o Sr. Correia Guedes, que pouco tempo antes conhecera. Estes ataques furiosos, dias depois da minha salda do Poder, dá-me a impressão-daquela figura da fábula do burro e do leão v

Tenho, porém, a consciência de que cumpri o meu dever, e tanto me basta.

O Ministro da Agricultura que queira trabalhar tem .muito que fazer dentro desse Ministério, onde muito há que organizar. Pena foi que não tivesse havido a coragem de acabar com o Ministério dos Abastecimentos, de forma a evitar que passasse para o Ministério da Agricultura tudo quanto nele havia de mau, porque foi talvez c7 a í que partiu a campanha contra o Ministro João Luís Ricardo.

Quando o Ministério -da Agricultura se compunha apenas duma Direcção Geral, e tinha uma dotação de 800 contos, fazia--se mais fomento do que hoje, com inú-.meras repartições e uma dotação de 2:000' contos.

Oito dias depois de tomar conta dessa pasta, fechei-me no meu gabinete com o-chefe da contabilidade, e verifiquei que em nove meses todas as verbas destinadas ao fomento agrícola não tinham sofrido qualquer aplicação, ao passo que a» verbas destinadas a serviços extraordinários estavam esgotadas.

Vozes : — Ouçam, ouçam !

O Orador1: — O meu primeiro acto foi mandar suspender todos os .trabalhos extraordinários e impedir que oi; automó veis andassem numa constante ioda viva.

Apresentei logo do entra J a o meu plano de Ministro da Agricultura, e isso doca n muita gente de dentro uc«s« Ministério.