O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Stesdo de U de Agosto ds 1920

jecto e continuamos a discutir a prc J-a do Sr. Ministro daa Finanças.

Apartes.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Liai:—Sr. Presidente: ou já esperava que sobre a atitude do Partido Popular Píirlamentar se havia de fazer urna especulação política lá fora.

Apartes.

O Partido Popular Parlamentar é avesso a combinações políticas.

Apartes.

Nós andamos na rnosma estrada da política e nela encontramos os outros partidos.

Apartes.

Q u auto à casca de laranja a que se acaba de fazer referência, essa afirmação não nos pode sor dirigida.

Apartes.

A sessão torna-se agitada.

Essa casca de laranja só deriva da falta de competência do Governo para o desempenho do alto cargo que foi chamado a desempenhar.

(f Cair este Governo, para quo V

^Para vir outro nas mesmas condições?

Apartes.

Entendam S. Ex.;is uma cousa:—Eu não desejo ser Ministro, mas se a situação do país exigisse o meu esforço, eu iria para um Goi-êrno dar-lhe o meu máximo valor, e se fosse para um Governo, iria para lá pelo meu esforço o pelo meu trabalho.

Mas, Sr. Presidente, desculpe-me a Câmara e V. Ex.a a minha exaltação. Mas ela deriva da chantage que lá íora se tem feito.

Nilo há porem coacção alguma moral que me impeça de discutir o que eu acho que deve merecer a minha oposição.

f. Querem aprovar o projecto em dis cussãoV Aprovem; mas terão a revolta nos campos e ficará a responsabilidade a V. Ex.as

Não se poderá pôr em prática a monstruosidade quo 6lo roprosonta. Se querem arranjar dinhoiro para dar no futuro om-próstimo um juro de 6 J/a por cento aos amigos da praça, quo nos mandam atacar em artigos de fundo, façam votar o pró jecto ou outro igual, porque sobre os lu-

45

cros de guerra já não se pensa e isso é que metia medo à praça.

Como não há a coragem de tocar na epiderme dos comerciantes e industriais porque as suas associações se manifestariam imediatamente contra o Governo, põe-se a faca aos peitos daqueles que mourejam de sol a sol na árdua labuta de arrancar à terra o indispensável à vida de todos nós.

E-rne indiferente, pessoalmente, que aprovem a proposta ministerial ou a rejeitem, na certeza de que aprovando-a aprovam uma verdadeira monstruosidade jurídica, que há-do avolumar ainda inais aja formidável onda de revolta que agita todo o país. Votem a proposta, votem-a de afogadilho até, se assim o entenderem, mas aprontem-se, quando os campos invadirem as cidades num unísono clamor de justiça e de revolta, a ficar do joelhos perante ôles como o réu perante os juizes que o condenam. (Muitos apoiados).

Vozes:.— Muito bem, muito bom. O orador não reviu.

O Sr. Dias da Silva: — Não cabe à minoria socialista a responsabilidade de se não ter votado ainda o Orçamento Geral do Estado. Que isto fique bem assente para justa e completa elucidação dos factos.

Quanto ao requerimento apresentado pelo Sr. Cunha Liai, a minoria socialista não pode deixar de o votar, vivendo nós, como vivemos, num regime parlamentar. Todavia, se a minoria socialista pressentir que ele representa a conhecida casca de laranja ein que se pretenda fazer escorregar o Governo,.ela não terá dúvida em modificar a sua atitude, tal é o seu empenho em ver a política conservadora, pela sua incapacidade e pelos seus erros, ruir duma vez para sempre perante o país.

A revolta dos campos, de que falou o Sr. Cunha Liai, só pode ser vista com agrado pela minoria socialista, porquanto ela representaria possivelmente o finl das situações equívocas em que temos vivido.

O orador não reviv.