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nhã ela, enxovalhem-nos nos seus jornais e depois, servindo-se das coacções, venham aqui arrancar ao Parlamento uma vilania, porque eu sinto, pois que sou parlamentar, quo ele se envilece. Digam de uma vez para sempre que vamos para a ditadura, ruas façam-na à luz clara, som artifícios, mas arrostando também com as consequências de qualquer ditadura; ditadura, porém, feita com o Parlamento aberto, não e não. {Apoiados).

Se quiserem fazer ditadura só têm um remédio, é o único, que muitas vezes tem preconizado o Sr. Presidente do Ministério: é a dissolução. ; Dissolvam-nos porque ainda é o coroamento da sua obra! j Dissolvam-nos, porque aqui têm algumas vozes que altivamente não deixarão fazer todas as traficâncias que quiserem! (Apoiados).

Sr. Presidente: quando o Sr. Presidente do Ministério se me dirigiu, supunha eu que se tratava de um crédito limitado. Então,sim, estava bem. ;Peça V. Ex.a uma verba, 15 mil, 30 mil contos, mas peça uma verba, não nos peça uma subal-ternização que nos envilece o que contribui para desprestigiar o Parlamento, para criar para ole uma opinião escandalosa, para que «manhã aqueles que estão vendidos aos sindicatos, para que todos os Migueis de Vasconcelos que vieram daquela árvore quo se criou em 1580 em Portugal, nos possam reduzir a uma raça de escravos! (Apoiados).

4 O • caso é um sintoma, como tal o tomamos !

Marquem um limite para os créditos que .pedem, sem isso não os votamos, porque o Parlamento já desceu demais e por consequência tem obrigação de declarar: basta de tanto descer. Ou então que nos dissolvam, porque antes disso saberemos defender a nossa autonomia. (Apoiados].

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — Sr. Presidente: longe estava eu de supor que a minha proposta que é, apenas, a repetição de propostas anteriores análogas, suscitasse da parte de qualquer deputado considerações semelhantes àquelas que produziram os srs. Júlio Martins e Cunha Liai.

Diário da Câmara dos Deputados

O primeiro desses Srs. Deputados declarou (|uo a proposta era a entrega do Tesouro à Associação Comercial...

Não respondo a argumentos desta ordem, (Muitos apoiados] simplesmente por que eles não têm resposta. Efectivamente um Deputado com a categoria do Sr. Júlio Martins e com as suas altas rcsponsa-bilidadcs, que vem ao Parlamento produzir afirmações de tal ordem, não emprega argumentos sérios. (Apoiados)

Desde que principiou a guerra, sempre se tom procedido assim, abrindo créditos em nome do Ministro, escriturados e fiscalizados do harmonia com a lei vigente e de cuja aplicação Gle assume inteira responsabilidade, dando, na devida altura, claras e cabais explicações ao Parlamento.

Uma tal afirmação só pode sair da boca daqueles quo desejam 2^osar para a massa ignara das multidões. (Apoiados}.

Mas o mais extravagante ainda é o facto de se dizer que o Parlamento se avilta votando uma autorização ao Poder Evecutivo que o habilite a governar, esquecendo-se aqueles que tal dizem que o verdadeiro aviltamento está em se afirmar que esto Governo é composto por Migueis

de Vasconcelos...

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O Sr. Cunha Liai:—Eu não disso nada disso; o que eu disse foi que o GovCr-no-estava alimentando as campanhas de quantos Migueis de Vasconcelos há cm Portugal.

O Orador: — É a. mesma cousa : acusa-se o Governo de alimentar as campanhas de quantos Migueis de Vasconcelos há em Portugal. Ora eu respeito muito todas as afirmações feitas no Parlamento, visto que elas têm de ser devidamente consideradas pelo Governo, mas pela dignidade do Governo, pela dignidade do Parlamento, eu não posso tomar em consideração afirmações de tal natureza, porque o fazê-lo seria ferir a minha própria dignidade. (Apoiados).