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Sessão de 13 de Agosto de 1920

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procura apenas conjugar todos os esforços nacionais. E o que 6 interessante é que, no momento em que o Governo está, sendo atacado pela Associação dos Proprietários pela sua proposta sobre contribuição predial, o Grupo Parlamentar Popular é o único nesta casa do Parlamento a atacar-nos por esse facto.

Ditas estas palavras do protesto contra as afirmações produzidas pelo Grupo Popular, às quais não respondo, devo explicar um aparte que há pouco fiz ao Sr. Cunlia Liai e no qual disse que se procedia assim cm quási todos os países do mundo. A França ó hoje um comerciante do trigos, como o ó a Inglaterra e a Itália, tendo os seus comissários com créditos abertos em nome desses mesmos comissários nos respectivos mercados ou países de origem. É assim que o comissário da França compra o trigo em Londres, na Argentina o noutros países, na ocasião

O Sr. Cunha Liai: — Não há país nenhum no mundo em que se votem créditos ilimitados como este que o Govômo pretende arrancar a este Parlamento.

O Orador: — Mas além das quantidades necessárias para o consumo da ocasião, nós temos do comprar quando as circunstâncias se ofereçam mais favoráveis para o Tesouro, e não comprar na alta.

10 isto o que fazem todos os países bom administrados.

O que eu peço neste momento está consignado nas verbas necessárias.

Ninguôm sabe em Portugal nesta hora quais as quantias com que o Tesouro tem do acudir para as necessidades do que lhe faz falta.

Nenhum dos nossos estadistas pode di-ZQV quanto ó necessário gastar para suprir o déficit das subsistências.

Podem ser necessários quinze mil contos ou podem ser necessários mais.

Quem disser qual a quantia que nesses assuntos o País necessita, produz uma .afirmação quo o menos que será, é des-áituída do base.

O Governo necessita poder dispor das verbas necessárias para a compra de subsistências quando só apresentarem circunstâncias favoráveis.

A compra de subsistências ao acaso troxe ao País perdas do milhares de contos, pois algumas foram compradas só no momento da respectiva alta, ou por não as poderem comprar na baixa, ou por outros motivos. (Apoiados].

O quo sei, é que houve a necessidade de fazer alguns fornecimentos de trigos por preços exorbitantes, e não foram mil e quatrocentos contos, como diz o Sr. Cunha Liai, mas um preço que é exagerado, e se se tivesse feito a compra em tempo oportuno ter-se-ia comprado por melhor quantia.

Não se acuse depois o Governo, quando a Câmara não lhe deu os meios indispensáveis para fazer boa administração. (Apoiados).

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: -cio vindo do Senado. Leu-se.

•Vai ler-se um ol'i-

0 Sr. Presidente: — Está interrompida a sessão, para continuar depois da sessão do Congresso.

Eram J6 horas e 30 minutos.

O Sr. Presidente: — Está reaberta a sessão. Eram W hor,as e 20 minutos.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente : o Sr. Presidente do Ministério, com a anuência do Sr. Ministro das Finanças, trouxe-nos uma proposta de lei relativamante à abertura de créditos para o cumprimento de uma disposição a que se refere o decreto n.° 6:826 que cria o Comissariado Geral das Subsistências.

Ora o artigo 1.° do projecto de lei combinado com as disposições da proposta destrói tudo o que está escrito em matéria de contabilidade e de defesa dos interesses públicos.