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da aprovação do Conselho de Ministros tudo ficava dependente da autorização do Ministro das Finanças, desde que o pagamento a fazer ein ouro excedesse 25 contes.

' Afirmou o Sr. Presidente do Ministério q.ue em várias circunstâncias se pediram, créditos nas mesmas condições eni que S. Ex.a nos vem agora pedir. Devo dizer que isso não ó verdadeiro, sem que com estas minhas ptilavras possa dizer aS. Ex.a que falta à. verdade.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Gr anjo): — O que eu declarei foi que a abertura de créditos se íez sempre, em todos os Ministérios, para as subsistOndas. E S. Ex.;i sabe que eu não disponho senão do trGs duodécimos...,

• O Orador: — A culpa não é da Câmara. A culpa é de quem vem pedir autorizações para proceder como muito bem entender.

Fala-se em fiscalização. ^ Mas que fiscalização vem a sor essa, só só se efectua dc.pois do 6rro estar-cometido?

O artigo 1.° pede o que jamais íoi pedido cm país algum do mundo: créditos ilimitado^ l Quero dizer, o Comissariado dos Abastecimentos disporá dos dinhciros públicos como e quando quiser. Quando eu tive a -honra de gerir a pasta do Fomento, que ora por onde corria esse assunto das subsistôncias, pedi, sim, créditos, mas dentro das verbas consigmidas no Orçamento e nos termos da legislação própria.

No maré • magnum da legislação publicada que vem desde o- Ministério José Relvas, e com fundamento na crise eco^-rióiniea, têm-se feito os maiores- desperdícios, como só o país estivesse a nadar cm dinheiro!

.. É para isso que se pedem os empréstimos, ó para isso que se salta pôr cima das leis de. contabilidade. E eu posso dizer isto porque me sobra aquela autoridade que não vejo sobrar aos outros.

j Continua-se neste deboche — digamos assim—de despesas, até a consumação do.6 séculos e sem fiscalização nenhuma I

j Agora, então, ó o que nunca se viu em píirte nenhuma: abertura de- créditos ilimitados!

Diário da Câmara dos Deputado

Nós podemos habilitar o Gov.êrno com os créditos necessários para adquirir as subsistências públicas durante o interregno parlamentar, mas o que não queremos é que 'os créditos pedidos sirvam para salvar casas comerciais íalidas ou para qualquer comerciante comprar géneros.

E bom que fiquem registadas estas minhas palavras. É bom que se diga isto, como me parece ou sei dizer em português.

A Câmara não pode conceder senão" os créditos absolutamente indispensáveis para a importação de géneros de que o Estado tenha necessidade.

Se o Governo restringir a aquisição £Íe trigo, não fará senão o seu dever, porque há maneira de evitar que se gaste o que 'se tem gasto. Come-se pão alvo, om Lisboa, o que representa um desbarato ou o não aproveitamento num país deficitário.

Não se envergonharam os homens de Inglaterra de proclamar que o país se encontrava numa situação angustiosa. Lord Milner, porém, concordava que a situação não era desafogada, mas que não era tào má como se dizia. Se Lloyd Gvorge conseguiu alguma cousa na campanha eleitoral foi porque prometeu que parte das despesas da Inglaterra deviam ser cobertas pelas indemnizações dos países contrais, o que não só dava dinheiro a nenhum país, principalmente aos que se não sabiam administrar.

Eu conheço o Sr. Álvaro de Lacerda e tenho por isso a certeza de que é incapaz de ficar com um centavo dos dicheiros públicos. Mas tem nm critério diferente daquele que nós ternos: E como sei perfeitamente como se encontram os cofres do Estado, o tenho modo dos dosas--tres, é que me revolto o nogo o meu voto à proposta, se se não limitarem os créditos.

Gostaria ou. muito de ver o Sr. António Granjo nas bancadas da oposição, se qualqiuT Govôrno se apresentasse a pedi*: créditos ilimitados! jO que S. Ex.^ não diria. ; Que protestos não faria!