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convidavam o Sr. Ministro da Guerra a que sacudisse do exércifo todos os sargentos que pediam a ajuda de custo da vida, que o mesmo era que pedir que sacudisse do exército todos os sargentos, porque foram Cies que deram todo o seu esforço para defender a República em Monsanto. (Apoiados). E ainda, mais uma vez cora surpresa, vi, — e digo com surpresa, porque gosto de fazer justiça a to--

Se há culpabilidades, se há, realmente, um sargento ou outro que prevaricou disciplinarmente, o Governo que inquira acerca desses, mas não lance um castigo sobre tantos quo tão bons serviços têm prestado à República. (Apoiados).

Com mágoa minha, Sr. Presidente, ou noto que entre esses sargentos transferidos, se encontram rapazes que se bateram galhardamente, em todos os tempos, pela República; e por isso mesmo eu não quero deixar passar aqui, sem o meu protesto, essa violência que se praticou contra eles.

O Sr. Cunha Liai: — De resto há aqui um lado crítico, se a transferência foi feita por terem ido assistir a um acto importante para a sua vida, se o motivo foi esse, pregunto à Câmara com que autoridade nesse caso foi tomada qualquer decisão, e porque não mandou expulsar as galerias quando elas se manifestaram?

O Orador:—Tem V. Ex.:t razão. Tenho notado de há um tempo a esta parte que aqueles que se sacrificam pela República são um pouco esquecidos pelo Poder Executivo.

Tenho visto a forma como ioi tratado um homem que em Santarém levantou a bandeira da salvação da República, e que

Di&rio da Câmara dos Depufadbo

ninguém como o Sr. Álvaro de Castro pode reconhecer os serviços prestados por ele,, o Sr: Jaime de Figueiredo.

Mas há outros rapazes,, um dos quais está ao lado do Sr. Álvaro do Castro disposto a b ater-s e pela Repiiblica, o alferes Ribeiro dos Santos.

Senti em todas as horas bater o seu». coração junto do meu pelo mesmo ideal sacrossanto da República. Foi um homem, que tinha por crime, apenas, o facto de> ter conspirado contra esta mancha de* lama que enxovalhou Portugal durante um ano, (Apoiados} porque não tendo assistido à sessão que aqui se realizou a favor da ajuda de custo de vida, não era bem olhado.

Foi transferido; também o foi o prir meiro sargento Vaquinhas, rapaz que es-j teve em França. Refiro-me a ele porque i sinto por ele a mesma amizade. j Veio n tempo ainda de ver triunfar a í República om Monsanto, e ajudar a rea-I lizar esse triunfo.

| Vozes: — Muito bem. (Apoiados).

\ O Orador: — Sr. Presidente do Minis-j tério, refiro-me ainda a um sargento-aju-| dante, que dentro dum dos fortes aaguarni-j cão de Lisboa obrigou os oficiais a pró-| nunciarem-se dentro dele. j Não digo isto porque não sinta o maior i respeito pelos oficiais do exército de terra | e mar, mas porque é certo ter havido alguns que não mereciam esse nome» (Apoiados).

Vozes:—Muito bem.

Orador:^-Foi ôle quem comandou o forte, e ainda quem indicou o caminho aos oficiais que não queriam bater-se pela República.

Foi um dos tranferidos também.

E eu não quero, nunca se fará isso,, que com o meu silêncio se não faça justiça aos quo assim são pagos pelo seu esforço em pró da República. (Apoiados).

Isto se fez, emquanto se deixam celebrar reuniões para os lados da Rua do Salitre. (Apoiados).