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respeito se levantem quaisquer considerações.

Eelativamente ao facto de o Sr. D. João de Almeida, conhecido conspirador, e sua esposa se encontrarem em Vila Verde da Raia, perto de Chaves, devo dizer que o Governo teve hoje conhecimento desse facto.

O Governo não se conturbou com a presença desse único conspirador e de sua esposa em Vila Verde, próximo de Chaves, tanto mais que sei, por experiência própria, a resistência que têm encontrado os monárquicos nessa terra. Na investida que estes têm feito por Trás-os-Montes, é Vila Verde justamente uma das terras onde a República encontra sempre mais firmes dedicações para a defenderem.

Portanto, o facto não é para conturbar, mas em todo o caso houve por parte do Governo a necessidade de se informar sobre os motivos da estada do Sr. D. João de Almeida nessa, povoação raiana. O Governo pediu essas informações às autoridades locais, que não são liberais — são democráticas— e se essas autoridades, que são democráticas, informarem no sentido de que a presença de D. João de Almeida ó inconveniente, ou se o Governo, por outra qualquer via, lhe chegar qualquer indicação de que a estada dele obedece a qualquer intuito de prejudicar a República, o Governo providenciará.

Creio que os grandes perigos, a que S. Ex.a se referiu, estão reduzidos às soas proporções verdadeiras.

O orador não reviu.

O Sr. Afonso de Macedo; — Se me surpreendeu a transferência dos sargentos, muito mais me surpreende a resposta dada pelo Sr. Presidente do Ministério. S. Ex.a sabe que eu sou um indivíduo absolutamente insuspeito sobre partidários do Dezembrismo.

S. Ex.a disse que entre os sargentos transferidos havia três ...

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo):— Alguns.

O Oradcr: —... que tinham sido figu rãs de destaque dentro do Dezembrismo.

Ora, todos sabem qual foi sempre a minha Unha de conduta, desde o 5 de

Diário da Câmara dos Deputados-

Dezembro. Desde essa data que en eu-tendo que o movimento de 5 de Dezembro nada mais era do que uma alta traição à Pátria. Por isso mesmo, ainda antes de o Sr. António Granjo ir para Chaves,, em conversa com S. Ex.a, lhe transmiti as minhas impressões acerca do movimento de 5 de Dezembro, quando muita gente se não tinha ainda definido.

Não quero que se possa dizer, corno-especulação política, que desejo que seja beneficiado ou desculpado qualquer sargento que haja cometido qualquer delito ou infracção disciplinar. Entendo que dev& ser punido, quando de facto houver razão para se punir.

O Sr. Presidente do Ministério falou--me em sargentos que eram da confiança dalgum as criaturas do Dezembrismo.

Devo dizer que conheço sargentos que nunca foram dezembristas, antes pelo contrário, atacaram a situação dezem-brista.

Não quero mais chamar a atenção do-Governo para este facto. Costumo ser liai — digo hoje o que continuarei a dizer amanhã— tenho a maior confiança, sob o ponto Hfi vista republicano, no Sr. Ministro da Guerra. '

Digo sinceramente, sem especulação-política, com a autoridade do meu passado republicano,, som ter que receber nota de ninguém, digo com a autoridade que me dá o facto de, quando estava em guerra aberta com o Partido Democrático, e soube que perigava a República, com o movimento das espadas, eu ter. ido ao Ministério da Marinha, onde estava reunido o Governo, oferecer os meus serviços em defesa da República.

Já V. Ex.avê que não sou dos últimos a definir-me, e antes sou dos primeiros,, quando nuo concordo com uma situação, a procurar derrubá-la.

Dadas estas explicações ao Sr. António Granjo, que se riu para mim quando me referi ao modo de S. Ex.a defender a República, não posso deixar de dizer que esse seu modo de defender a República, dá vontade de rir.

Tenho dito.