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O carvão- também. Iria pelo mesmo critério pedir à Associação Comercial um delegado, que poderia ser o Sr. Ruggerô-ni, para se encarregar do carvão e do trigo.

Para • a folha de Flandres, muito empregada na indústria das conservas, seria nomeado secretário o Sr—

E uma autorização que nós já demonstrámos ato que ponto é perigosa.

O Sr. António Granjo, ao apresentar a sua proposta, deu a perceber à Câmara que, dentro dos dois meses em que o Parlamento vai suspender os seus trabalhos, se serviria da verba orçamental. Mas a vorba para as subsistcncias não é suficiente.

A confecção do orçamento tem sido uma burla.' A S. Ex.1*1 não chegam os 15:000 contos, porque S. Ex.a quere viver uma vida larga.

Sem o nosso protesto não passará ôste pedido de autorização.

Em Portugal, como em todos os outros países, sempre que um governo tem por característica a .prodigalidade, tem de merecer do Parlamento ásperas censuras.

Bem alto o digo; esto Governo não nos merece nem pouca nem muita confiança, porque não nos merece nenhuma.

Sr. Presidente, confesso que não sói até que ponto o Governo vai dar mostras da sua inconsciência, da sua incompetência servindo-se desta autorização.

O primeiro acto não foi de uso mas sim de abuso.

«;O que se seguirá V

Não sei, mas não nos deveremos esquecer da ruinosa convenção com a França, que foi feita à sombra duma autorização.

Quero crer, pelos sintonias que o Governo nos dá, que ele vai seguir as pisadas dos governos anteriores.

Sr. Presidente: suponho ainda que o Parlamento, por muito que seja o seu desejo em manter o actuai Governo —não contando, é claro, com o Grupo Popular e com outros parlamentares que estão . em oposição — não abdicará da sua função até a ponto de aceder ao 'que dele exige o Sr. Presidente do Ministério.

Estranho que nesta questão não se tenha feito ouvir a voz. sempre autorizada, do Sr. Dr. Brito Camacho.

Diário da Câmara dos Deputado f

Tenho pena do não ver da parte dos Srs. Deputados do Partido Liberal uma atitude idêntica àquela que assumiram perante o GovOrno presidido pelo Sr. Sá Cardoso, quando ele pedia autorizações para tratar da matéria de câmbios. Isso é que seria lógico.

Mais uma vez se prova que em Portugal nem todos se mantêm sempre dentro da lógica das atitudes que, porventura, tenham tomado. O Sr. Presidente do Ministério é exemplo bem claro da tergiversação dos homens públicos em Portugal.

S. Ex.a afirma quando lhe convém, afirmar e nega quando lhe convêm negar.

Sr. Presidente: Vamos assim muito mal. (Apoiados}.

As considerações feitas hoje nesta casa do Parlamento pelo Sr. Presidente do Ministério são a revelação eloquentíssima da incompetência de S. Ex.a, da ignorância de S. Ex.a, do que se tem passado em Portugal.

O que S. Ex.a não disse é que é muito mais fácil governar como se tem governado em Portugal, abdicando o Governo em tudo e sempre, e levando Portugal ?i esta dolorosa situação.

Trata-se de câmbios, vamo-nos entregar nas mãos dos técnicos, daqueles que de câmbios interessam, e nós vemos, pelo que se tem passado, desde o Governo Sá Cardoso até hoje, que ê^scs tais técnicos falharam completa e estrondosamente. Vamos a ver se o futuro não virá provar à evidência que, em matéria de subsistências, os técnicos, as tais forças vivas, não sossobram com sossobraram em matéria de câmbios. Para mim, se eles fizerem alguma cousa, confesso que é surpresa. Eu tenho a certeza absoluta que esses homens que até hoje em Portugal, e noste momento, talvez o mais difícil da sua história, se têm comportado-com tamanha falta de patriotismo, não lhe concederão cinco minutos, sequer, de 'espectativa benévola. Será o sossobrar estrondoso, mas, pena ó, que êsso sossobrar seja mais uma enxadada no coval da nossa ruína.