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Sessão de 16 de Agosto de 1920

vi dado de nós todos; pedir autorizações da natureza desta.

Da nossa parte uíío espero o Governo que lho indiquemos o montante dos crc-ifitos. para qno ele possa viver. O Governo, vendo as necessidades absolutas que tom, fazendo o orçamento, com a aproximação que é possível, venha dizer--nos que ó necessário um crédito no montante de tal, par fazer face a isto ou aquilo. Assim não!.

Vir pedir ao Parlamento que lho conceda 400, 500, 600 ou 700 mil contos para gastar à sua vontade, não é para estranhar que o Ministro das Finanças do gabiaetfi António Granjo, se veja amanhã nos mesmos embaraços em que «o viu o Sr. António da Fonseca, para receber o crédito de 800:000 libras aberto a favor duma casa particular.

Tenho dito.

O difíciirso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando o orador restituir, revistas, as notas taquigráficas qne lhe foram enviadas.

O Sr. Júlio Martins: — Sr. Presidente: pedi a palavra para responder às considerações do Sr. Presidente do Ministério, quando S. Ex.a na última sessão em que discutimos esta proposta, quis ver um significado diverso daquele que eu atribuía às palavras que proferi.

Eu tinha razão, Sr. Presidente, pois que o Sr. Presidente do Ministério, afirmando que não respondia à parte das •considerações que eu tinha feito, relativamente à intervenção da Associação Comercial neste assunto, S. Ex.a hoje novamente veio repeti-lo à Câmara para pôr a •sua personalidade em foco.

O Sr. António Gr anjo conkece-ine, sabe o juízo que eu faço dôle, e por consequência, jamais para este debate de carácter •administrativo, S. Ex.a, em meu entender, teria o direito de vir invocar a s na honra pessoal.

Poderia pôr em destaque a honorabilidade pessoal do Sr. Presidente do Ministério, como volho amigo que conheço.

Não há nadu que esteja mais alto do que a honra pessoal dos homens que ali «e sentam. O que afirmo e estranho é que o Sr. António Granjo tivesse negado por completo aquelas qualidades que •conhoco no Governo.

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Quando vi S. Ex.a ficar com a pasta da Agricultura, julguei que S. Ex.a, ("o uma vez para sempre, ia orientar a política republicana no sentido de defender os interesses do País. E o que vi eu? Que o Sr. Presidente do Ministério não tinha orientação sobre a vida económica. Vi que o Sr. António Granjo não tinha uma idea nítida e concreta do que era sua pasta, o a demonstração do que afirmo ie-laS.Ex.* quando, para resolver o problema dos abastecimoutos, trouxe uma conta de credo ilimitado para entregar a quem ó um delegado da Associação Comercial no Governo.

Como já disse, continuo a considerar o Sr. Álvaro do Lacerda delegado da Associação Comercial no Ministério dos Abastecimentos e delegado Via Associação da | agricultura na compra dos trigos. \ Eu desejava que o Sr. Presidente do Ministério tivesse uma noção mais alta da política no a3tual momento.

S. Ex.a colocou esse homem, para que lá fora se diga que as forças vivas têm os cofres fortes abertos, que por toda a parte se abrem esses cofres fortes.

Não posso admitir que um velho camarada, um velho amigo que fez oposição contra todos os esbanjamcn os governa-tivos, que dizia que o seu primeiro acto, ao entrar no Ministério dos Abastecimentos, seria castigar a alma dòsses agiotas, fosse ajoelhar perante as forças vivas, entregando-lhes o crédito ilimitado da Nação para dar de comer a quem tem fome.

Lembrarei as palavras proferidas nesta Câmara pelo Sr. António Granjo, quando disse que a moralidade comercial é diferente da moralidade política.

Aquilo que no comércio se julga cousa corrente é aquilo que na política tem de ser posto do parte.