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Setfão de 17 de Agntto de 1930

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O Orador:—ILn-do provar quanto tom custado essa política : dezenas e dezenas de milhares dt? contos. Temos andado às cegas e eu tenho sempre defendido os bons princípios.

Diz V. Kx.a qne nós é que devemos fixar a quantia dê^so crédito.

Diversos àpartrs.

O Sr. Manuel José da Silva: — S. Ex.íl ant»-s de mandar para a Mesa essa proposta estava convencido de que bastaria -a autorização orçamental de 15:OUO coutos.

O Orador :^V. Ex.* quando não se sentava nessas cadeiras não queria votar nenhum crédito sem saber para quê.

Eu tenho O direito de me defender. Se continuássemos nesse caminho mal iremos.

Precisa o Sr. Presidente do Ministério de 80 ou 70 mil coutos ou mais. está bem, S. Ex.* quere governar à vara larga, mas eu é que entendo o contrário.

O Sr. Brito Camacho, apresentou lima proposta pur-i 30:000 contos, sem que no em tanto qualquer responsabilidade daí lhe adveiiha.

Eu, Sr. Presidente, tenho a certeza de que o pão, por esta proposta ainda ó muito ínaiá barato do que qualquer outro produto, inas o que é necessário é restringir ô seu consumo, e para isso há muitos e muitos processos.

Interrupção do Sr. Presidente do Mi-nixtério.

O Orador: —Eu quero o pão cie trigo e njilho tam barato quanto possível, para fiqu Ias regiòos que estavam habituadas a comê-lo, porque depois cia guerra, O consumo do pão de trigo foi muito aumentado, mesmo nas regiões onde era usado quási exclusivamente o pão de milho, o que, sem dúvida, representa uma falta do economia.

Hu nAo quero alongar mais as minhas considerações, mas no emtantonno quoriii d.-ixar passar em julgado várias afirmações que aqui furam feitas.

Eu devo dizer a V. Ex»3 que, se dis-scsso à moagem que impnrtuaso o írige correspondente a 200 milhões, ela com-prava-o sem íer nn algibeira 80;GUO contos, porque' ia aos Bancos, fazia os seus e. le.vantava dfil«»a a quantia no* pííiTfii podei? djfiuiíUííMi' p i&f^óiíiOi,

Eu bem sói qne não se pode fazer este negócio com meia dúzia de contos, mesmo porque se tem de tratar da aquisição de carvão, etc.

Se o Sr. Presidente do Ministério pensa que o problema só resolve com a simplicidade de se aumentar os salários, estou absolu'amente convencido de qne o país irá para ura desastroso descalabro.

Se tal suceder — e oxalá que não — mio há-de ser com a minha cumplicidade, porém, visto que eu a tempo e a horas mostrei a S. Ex.a o Sr. Presidente do Ministério os graves inconA*enientes que adviriam, da orientação que S. Ex.a adoptara.

O Sr. Augusto Dias da Silva:— - Sr. Presidente: começo por di/e.r a V. Èx.a que o país não pode estar sujeito a estas tricas políticas.

É lamentável que ontem o Sr. António (Iranjo das bancadas da oposição não tivesse consentido na vida do Governo transacto, como lamentável é que hoje se laça politiquice para afastar S. Ex.a de Presidente do Ministério.

Ainda bem, no emtanto, que a política se definiu.

Quando o Sr. António Granjo aqui apresentou as suas propostas de finanças, tive ocasião de dizer a S. Ex.tt que nEo compreendia a sua atitude, e afirmei-íhe que S. Ex.â não conseguia evitar uma justa reclamação do funcionalismo.

É verdade que S., Ex.R segue um critério que eu entendo que é talvez o á n iço aceitável a iíeniro das ídeas conservadoras— critério de permitir o aumento de salários — mas, se S. Ex.a não trouxer ao Parlamento o princípio ao salário mínimo, há de fatalmente convulsionar o país de norte a sul, com exclusivo proveito para a causa que eu defendo.

A transformação social daqueles que desejam o aumento de produção hão.consiste no número de horas do trabalho, mas na transformação da nossa razão de ser industrial.

É preciso que o Governo enfrente o problema e o resolva como é mesteí%